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Indicações políticas colocaram pacientes em risco, diz ex-secretária

Elizeth Araújo afirmou que servidores qualificados eram substituídas por pessoas sem qualificação

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A ex-secretária de Saúde de Cuiabá Elizeth Araújo afirmou, ao Ministério Publico do Estado (MPE), que as indicações políticas no setor podem ter gerado consequências graves para a população, até mesmo a morte de pacientes.

 

A informação consta no depoimento dado por Elizeth neste ano à 9ª Promotoria de Justiça Cível da Capital (veja o vídeo abaixo).

 

“Você tem a implicação na oferta do serviço, na qualidade do serviço. Há dificuldade de atender a população com equidade e isonomia”, afirmou.

 

Você tem a implicação na oferta do serviço, na qualidade do serviço. Há dificuldade de atender a população com equidade e isonomia

“Porque tem setores [na Saúde] que infelizmente a gente tinha informações que o profissional que estava lá atendia a demanda do vereador ‘X’ na frente dos outros [pacientes]. Isso para mim é muito grave”, disse.

 

“Então essas ingerências e contratação de pessoas sem perfil impactam muito na área da Saúde”, completou.

 

O depoimento da ex-secretária foi um dos elementos utilizados para embasar o pedido de afastamento do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), assim como de busca e apreensão e sequestro de bens contra ele e outros servidores feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Civil.

 

Durante o depoimento, Elizeth detalhou o suposto esquema de Emanuel em utilizar a Saúde de Cuiabá para acomodar indicações de aliados, pagar favores e manter apoio.

 

Segundo Elizeth, em alguns casos, eram retiradas pessoas com qualificação técnica para serem colocadas pessoas indicadas por políticos ligados ao prefeito.

 

“Piora na quantidade de mortos”

 

No depoimento, um promotor de Justiça do MPE questiona se essa “ingerência política” relatada por ela pode ter levado a “uma situação de piora na quantidade de mortos, por exemplo na questão da pandemia, da vacinação”. Elizeth afirma que “sim”.

Então essas ingerências e contratação de pessoas sem perfil impactam muito a área da Saúde

“Se você tem uma enfermeira que ainda não está qualificada para sala de vacina, ela pode ter dificuldade de aplicar [a vacina]. Se você tem um médico, que está recém-formado, e você coloca ele em um setor delicado, como uma UTI, ele pode não saber reanimar [um paciente]”, disse.

 

Ela ainda citou o caso de apadrinhados de vereadores que se utilizavam do cargo para dar preferência a determinadas pessoas no atendimento.

 

“Se você tem uma recepcionista que não é bem preparada para acolher uma pessoa, e vê uma fulana que está ligada ao vereador tal [pode passá-la na frente]. Outra pessoa pode ter infarto na recepção por não ter sido atendida no tempo correto”, afirmou Elizeth.

 

Veja trecho do depoimento:

 

 

Esquema na Saúde

 

A Operação Capistrum apura a existência de uma organização criminosa montada para acomodar indicações de políticos em cargos da Secretaria da Saúde.

 

Além do o prefeito de Cuiabá, a secretária-adjunta de Governo e Assuntos Estratégicos, Ivone de Souza, também foi afastada e o chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto foi preso.

 

Também são alvos da operação a primeira-dama Márcia Pinheiro, e o ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.

 

Ainda foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos alvos e na Prefeitura de Cuiabá. Eles ainda tiveram o sequestro de bens decretado até o montante de R$ 16 milhões.

 

O Ministério Público Estadual aponta que Emanuel e os demais estariam envolvidos em crimes de formação de organização criminosa, prevaricação e obstrução da Justiça.

 

Fonte: Mídia News

 

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