A Conmebol anunciou a suspensão por tempo indeterminado dos árbitros uruguaios Andres Cunha e Esteban Ostojich, responsável pelo VAR, após considerar que cometeram erros graves no empate em 0 a 0 entre Argentina e Brasil nesta terça-feira, pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022.
Em nota, a Conmebol diz que houve ‘conduta violenta do jogador nº 19 Nicolás Hernán Gonzalo Otamendi (ARG), contra um adversário, colocando em risco a integridade física do mesmo com uso do braço no rosto’. Por essa razão, a Comissão de Árbitros da entidade suspendeu Andrés Cunha, árbitro do jogo, e Esteban Ostojich, responsável pelo VAR, ‘por tempo indeterminado no exercício de suas funções’.
A decisão trouxe um prejuízo direto a Cunha, que havia sido escolhido para apitar o duelo brasileiro entre Athletico-PR e Red Bull Bragantino, na final da Copa Sul-Americana. O confronto decisivo está marcado para sábado. O também uruguaio Leodan González será o substituto de Cunha.
Ainda nesta quarta, a Conmebol divulgou áudio em que mostra Ostojich dizendo que a cotovelada do zagueiro Nicolás Otamendi no atacante Raphinha era só para cartão amarelo. O lance foi revisto dez vezes e por diferentes ângulos e velocidades.
‘Com o antebraço na cara. Me dá a velocidade normal, quero ver a intensidade. Eu considero o golpe com o antebraço com intensidade média no rosto. Me parece falta para cartão amarelo, não para vermelho’, diz Ostojich, cuja decisão foi apoiada por seu assistente. Como protocolo, o VAR não interfere em casos de cartão amarelo. Em seguida, se certificam de que os dois atletas estavam fora da área, assegurando que não seria marcado um pênalti.
Na coletiva de imprensa pós-jogo, o técnico Tite se revoltou com a atuação da equipe do VAR na jogada. Era um Tite como há muito não se via. Tirou até a máscara para ser mais bem entendido. ‘É simplesmente impossível, vou repetir, é simplesmente impossível, não ver a cotovelada do Otamendi no Raphinha. Isso ia determinar no resultado? Não sei. Grande jogo entre os dois? Grande jogo. Mas tem um componente que tem de ser igual. Árbitro de alto nível de VAR não pode trabalhar desta forma, é inconcebível. Não é o termo que queria dizer, estou falando esse porque sou educado’, disse o técnico da seleção brasileira.
Otamendi apelou à ironia ao comentar o lance em uma publicação do canal TyC Sports, que questionava se o lance era passível de expulsão. O defensor argentino publicou um comentário dizendo: ‘Todo pelota’ (‘só bola’, em português).
Estadão