Da Redação
O líder estudantil de extrema esquerda, Gabriel Boric, se tornou presidente do Chile neste domingo (19). Boric venceu com 55,9% dos votos (4,6 milhões de votos), contra 44,1% de Kast (3,6 milhões de votos). Os números são da divulgação da última parcial, na madrugada desta segunda-feira (20), e com 99,99% das urnas apuradas. O adversário José Antonio Kast já telefonou para o novo chefe do Executivo e reconheceu a derrota. Até o momento, Kast teve 44,8% dos votos válidos.
Aos 35 anos, Boric será o mais jovem presidente da história do país e vai suceder o direitista Sebastián Piñera, que termina em março de 2022 seu segundo mandato à frente do país. O esquerdista governará com um Congresso dividido, com o qual será necessário realizar acordos para viabilizar projetos como as reformas da Previdência e do sistema tributário.
Além disso, Boric será presidente durante a assembleia que vai definir uma nova Constituição para o Chile. Caberá a ele implantar a Carta Magna, caso ela seja aprovada. Nas últimas semanas, Boric obteve o apoio dos ex-presidentes Ricardo Lagos e Michelle Bachelet, ambos também de esquerda.
Em seu programa de governo, as principais propostas são “o feminismo, o ambientalismo e a descentralização do poder”. O presidente eleito também defende a legalização do aborto, além de um Estado social-democrata.
Boric é aliado de siglas extremistas, como o Partido Comunista do Chile.
Boric foi o responsável pelas articulações das manifestações violentas no Chile em outubro de 2019. Depois dos protestos, o presidente Piñera se viu forçado a convocar uma assembleia constituinte.