Da Redação
Durante anos, o Google inflacionou os preços de publicidade on-line e enganou anunciantes e editores sobre o processo de leilão de anúncios. Ou, pelo menos, é o que acreditam os mais de dez estados norte-americanos que entraram com uma ação contra a empresa, conforme relatado pelo ‘The Wall Street Journal’ nesta sexta-feira (14). As alegações indicam que a empresa liderada por Sundar Pichai fez uso de programas secretos que esvaziaram as vendas de algumas empresas e aumentaram os preços para os compradores. E a margem? Eles o usaram para fraudar futuros leilões, de acordo com o processo não elaborado.
A ação foi ajuizada no final de 2020. No entanto, toda a documentação ainda não foi publicada, tornando públicas as partes envolvidas que foram omitidas por razões de confidencialidade. Graças a esta nova informação, o jornal americano revela o modus operandi da suposta negligência da empresa. De fato, entre os documentos do processo, vale destacar uma série de correspondências internas entre funcionários do Google onde apontavam que algumas dessas práticas equivaliam ao crescimento do negócio graças a “informações privilegiadas” .
A empresa tem papel fundamental no negócio de compra e venda de anúncios no ambiente digital, pois é participante e gestora; uma vez que controla a principal ferramenta em que os meios de comunicação, empresas, fornecedores,… são anunciados, o que lhe confere poder sobre a monetização desse conteúdo, criando um monopólio difícil de ser superado por seus concorrentes e que prejudica a indústria publicitária e editorial, de acordo com os últimos detalhes da argumentação dos procuradores-gerais do estado.
Do Google, eles apontaram que a demanda é “cheia de imprecisões e carece de base legal”, acrescentando que suas tecnologias ajudam até mesmo pequenos comerciantes, que obtêm acesso a clientes de todo o mundo. A empresa pretende apresentar uma moção para arquivar o processo já na próxima semana.
“Nosso processo detalha como o Google manipula o leilão de anúncios on-line para punir os editores e mente descaradamente para eles sobre a maneira como administra o leilão”, disse o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, em comentários relatados pelo WSJ.
Em 2018, Alphabet, Sundar Pichai e Mark Zuckerberg assinaram um acordo que garantia que o Facebook faria lances e ganharia uma porcentagem fixa desses anúncios. A este respeito, a nova ação dos advogados do Estado, que sustentam que o acordo de fixação de preços é ilegal; as empresas envolvidas mantêm sua posição sobre a legalidade da operação.