Um homem de 52 anos foi preso após aplicar golpes em ao menos três mulheres para conseguir dinheiro delas. O construtor seduzia as vítimas e as convencia a dar dinheiro para ele, durante o relacionamento. Ao todo, ele conseguiu cerca de R $400 mil das mulheres, mas a Polícia Civil de Minas Gerais suspeita que existam mais vítimas ainda não identificadas.
Conhecido como “estelionatário do amor”, o homem foi detido em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, nessa quinta-feira (3). Em coletiva de imprensa, o delegado responsável pelo caso, Gustavo Xavier, detalhou o crime.
“Ele se envolvia emocionalmente com as vítimas. Falava que era coronel do Exército, para ganhar a confiança e passar a imagem de pessoa bem sucedida financeiramente”, explicou. Após a prisão, foram encontrados documentos falsificados, insígnias e equipamentos militares com o homem. Ele usava os objetos para reforçar a falsa identidade de membro das Forças Armadas.
A medida que ia se aproximando das mulheres, ele começava a pedir dinheiro, usando diferentes desculpas e justificativas. “Ele ia aumentando os valores gradativamente, conforme o tempo de relacionamento entre eles”, acrescenta o delegado.
As vítimas
Uma das vítimas conhecidas pela Polícia chegou a passar para o homem R$300 mil em espécie. Uma outra mulher deu a ele R$50 mil e um carro. Segundo o delegado, ele também abriu empresas no nome de todas delas. Por isso, as vítimas acabaram sofrendo também processos trabalhistas.
Depois de um tempo, o homem terminava o relacionamento e alegava para as vítimas que as empresas que ele abriu não haviam tido lucro. “Ele conhecia [as vítimas] pela rede social e também pessoalmente no cotidiano. Todas têm na faixa de 40, 50 anos e são separadas ou divorciadas”, acrescentou o delegado.
Histórico de crimes
Segundo a Polícia Civil, o homem já tem mais de 20 registros por estelionato. No entanto, não havia sido investigado, porque poucas vítimas procuraram a delegacia para fazer termo de representação. “Só é possível abrir a investigação desta forma. Somente fazer o boletim de ocorrência não é o suficiente”, explicou o delegado.
O construtor também já foi preso anteriormente. Na ocasião, ele foi detido por não pagamento de pensão alimentícia.
Polícia aguarda mais denúncias
A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de que existam mais vítimas, que ainda não tenham denunciado o crime. O delegado Júlio Wilke pediu que as pessoas que identificarem ter sido vítimas do homem, denunciem. Na coletiva de imprensa, ele reforçou que essas mulheres são vítimas e não devem sentir vergonha. “Nesses casos, a palavra da vítima tem um peso muito forte”, ressaltou.
O delegado também deu uma dica, para evitar cair em golpes ao se relacionar. “Tente conseguir conhecer o círculo de amigos daquela pessoa. Porque o estelionatário sempre vai tentar contar uma história de que os amigos moram fora, ou morreram e ele está sozinho”, sinalizou.
“Apesar de não usar violência física, causa um dano imenso a suas vítimas, porque prejudica de uma forma muito grande o psicológico das suas presas. É um predador sentimental. Além do leso patrimonial, as marcas, a amargura, a tristeza perpetua por anos e anos traumatiza demais a vítima”, finalizou o delegado.