Da Redação
O segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues, preso há mais de dois anos na Espanha, vai ser julgado na próxima terça-feira (15), pela Justiça Militar da União por tráfico internacional de drogas.
O militar foi detido em junho de 2019 com 39 quilos de cocaína em um dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O sargento vai participar do julgamento por videoconferência. A defesa pede que, em caso de condenação, o tempo cumprido na Espanha seja considerado para abater a sentença.
Os advogados também querem que ele seja julgado com base no Código Penal Militar, que estabelece uma pena mais branda para o tráfico internacional, de no máximo cinco anos, do que a chamada Lei das Drogas que prevê até 15 anos de reclusão.
A expulsão, no entanto, depende de uma condenação definitiva transitada em julgado. O resultado do julgamento de amanhã ainda poderá ser objeto de recurso junto ao Superior Tribunal Militar (STM).
Rodrigues será julgado pelo Conselho Permanente de Justiça. O colegiado é presidido pelo juiz federal da Justiça Militar Frederico Magno de Melo Veras. Os outros quatro membros serão militares da Aeronáutica definidos por sorteio.
Desde a prisão do sargento, a Polícia Federal abriu cinco fases da Operação Quinta Coluna para investigar se outros militares foram cooptados por um esquema de tráfico internacional de drogas.
Quando foi sentenciado, Rodrigues fez um acordo com a promotoria da Espanha e, às autoridades, contou que “se aproveitou da condição de militar” para cometer o crime. Ele disse que deixaria a droga em um centro comercial na cidade de Sevilha.
Rodrigues disse que era a primeira vez que transportava drogas, mas admitiu que costumava revender no Brasil produtos comprados durante as viagens a trabalho, segundo ele, para complementar o salário.