Cassiopeia A, o remanescente de uma estrela que explodiu em supernova há alguns séculos, foi o primeiro objeto registrado pelo telescópio Imaging X-Ray Polarimetry Explorer, da NASA. A imagem científica foi produzida após a finalização da fase de comissionamento do IXPE, que segue com seus instrumentos em bom funcionamento para estudar alguns dos objetos mais misteriosos e extremos do universo.
Na imagem, vemos os restos da explosão da estrela, ocorrida durante o século XVII. O evento liberou ondas de choque que aqueceram os gases ao redor dela a altas temperaturas e aceleraram partículas dos raios cósmicos. O resultado disso tudo é uma grande nuvem brilhando intensamente em raios X. Outros telescópios já estudaram Cassiopeia A, mas o IXPE permitirá que os pesquisadores a examinem de uma nova forma.
Confira a imagem:
O tom de rosa aparece bastante saturado para indicar a intensidade da luz de raios X observada pelo IXPE. Estes dados estão sobrepostos àqueles coletados pelo observatório Chandra, também voltado para a observação de raios X, que aparecem nos filamentos azulados. Assim, o Chandra e o IXPE, com seus respectivos detectores, conseguem capturar diferentes níveis de nitidez em suas observações.
Paolo Soffitta, investigador principal do IXPE no Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, ficou maravilhado com os resultados alcançados pelo novo telescópio. “A imagem de Cassiopeia A é bellissima, e esperamos analisar os dados de polarimetria para aprender ainda mais sobre este remanescente de supernova”, disse ele, em um comunicado.
O telescópio Chandra foi lançado em 1999, e sua primeira imagem também foi de Cassiopeia A. O observatório revelou, pela primeira vez, que havia um objeto compacto no interior dela, que pode ser um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. “A imagem de Cassiopeia A, do IXPE, é tão histórica quanto a imagem do Chandra, do mesmo remanescente”, explicou Martin C. Weisskopf, investigador principal do IXPE no Marshall Space Flight Center.
Uma das medidas mais importantes que o IXPE proporcionará aos cientistas é da polarização, que indica a orientação dos raios X conforme viajam pelo espaço e, assim, mostram informações sobre o ambiente em que foram originados. Com os dados de Cassiopeia A, por exemplo, os cientistas vão observar pela primeira vez como a polarização varia ao longo do remanescente, revelando novas pistas sobre como os raios X são produzidos no interior dele.
Fonte: Canaltech