Da Redação
O empresário Josino Guimarães, acusado de matar o juiz Leopoldino Marques do Amaral, foi absolvido pelo Júri Popular na noite de quarta-feira (23), em Cuiabá.
Esta é a segunda vez que Josino é inocentado pelo Júri. O primeiro, realizado em maio de 2001, foi anulado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que o julgamento teria sido lastreado de contradição. O Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que não irá recorrer da decisão.
Josino foi denunciado por fraude processual, formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, e interceptação telefônica ilegal.
Segundo a denúncia do Ministério Público, ele teria sido o mandante do assassinato do magistrado. Entretanto, Josino foi absolvido no primeiro júri.
Entenda o caso
Leopoldino Marques do Amaral atuava na comarca de Cáceres (230 km de Cuiabá) e havia denunciado desembargadores e juízes por esquemas de venda de sentenças, nepotismo e ligação com traficantes.
Em 1999, pouco depois de prestar depoimento em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário, que apurou esquemas em todo o país, Leopoldino foi morto.
O cadáver foi localizado com dois tiros na cabeça e parcialmente carbonizado, em uma estrada que ligava as cidades de Concepción e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
O empresário Josino Guimarães, que foi denunciado como lobista da quadrilha, foi apontado como mandante do crime. Além dele, outros foram condenados pela morte do magistrado.
Entretanto, o processo condenatório foi muito tumultuado devido à exumação do corpo de Leopoldino pelo menos quatro vezes.
A primeira se deu quando, logo após a condenação dos acusados, surgiu denúncia de que Leopoldino estaria vivo e morando na Bolívia. Pelas informações mentirosas, alguns dos acusados foram também condenados por fraude e violação de túmulo.
Nenhum desembargador citado na carta-denúncia de Leopoldino foi investigado pelo assassinato.