Hitler tentou e falhou em ser um artista antes de se tornar um ditador

Adolf Hitler aos 18 anos, deixou sua cidade natal de Linz e mudou-se para Viena, a glamorosa capital do Império Austro-Húngaro. Deixando para trás as ambições de seu falecido pai de se tornar um funcionário público, Hitler viu Viena como o lugar ideal para perseguir seu próprio sonho: se tornar um artista.

Antes de se mudar para Viena, Hitler já havia sido rejeitado pela Academia de Belas Artes da cidade. Embora ele tivesse passado no exame inicial em 1907, suas habilidades de desenho eram “insatisfatórias”, decidiu o comitê de admissão. Em seu manifesto autobiográfico ‘Mein Kampf’, Hitler afirmou que a rejeição o atingiu “como um raio do céu”, já que estava tão convencido de seu sucesso.

No outono de 1908, ele novamente se candidatou à Academia de Belas Artes e foi novamente rejeitado. Durante grande parte do ano seguinte, ele se mudaria de um quarto barato alugado para outro, chegando a morar em um abrigo para sem-teto por um tempo.

Então, em 1909, Hitler finalmente começou a ganhar dinheiro fazendo pequenas pinturas a óleo e aquarela, principalmente imagens de edifícios e outros pontos de referência em Viena que ele copiava de cartões postais. Vendendo essas pinturas para turistas e molduras, ele ganhava o suficiente para se mudar do abrigo para sem-teto para um asilo masculino, onde pintava durante o dia e continuava a estudar seus livros à noite.

Em Viena, o jovem artista frustrado se interessou por política. Embora Hitler tenha afirmado em ‘Mein Kampf’ que suas visões antissemitas foram formadas durante esse período, muitos historiadores duvidam dessa história simplificada. Afinal, Samuel Morgenstern, um comerciante judeu, era um dos compradores mais fiéis de pinturas de Hitler em Viena.

Seu tempo em Viena moldou a visão de mundo de Hitler, particularmente sua admiração pelo então prefeito da cidade, Karl Lueger, que era conhecido tanto por sua retórica anti-semita quanto por suas habilidades de oratória.

Quanto à arte do próprio Hitler, ele supostamente teve suas pinturas coletadas e destruídas quando estava no poder. Mas sabe-se que várias centenas sobreviveram, incluindo quatro aquarelas confiscadas pelos militares dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. Embora seja legal na Alemanha vender pinturas de Hitler desde que não contenham símbolos nazistas, as obras atribuídas a ele geram polêmica quando são colocadas à venda. Em 2015, 14 pinturas e desenhos de Hitler arrecadaram cerca de US$ 450.000 em um leilão em Nuremberg. A casa de leilões defendeu a venda, argumentando que as pinturas tinham significado histórico.