O objetivo central de uma empresa é a maximização do seu lucro no longo prazo. Simples assim.
O papel social da empresa, de fato, é criar soluções inovadoras, úteis e melhores para a resolução dos problemas dos clientes, que melhor satisfaçam-nos e que transbordam resultados e aumentam o bem-estar da sociedade.
Uma organização não tem dever compulsório “moral” para com a sociedade, tampouco pode trabalhar e resolver questões sociais de um determinado contexto.
Não tenho nenhuma brecha de dúvida em afirmar que inclusão social não é missão de uma empresa. Salvo casos específicos de filantropia e/ou propósito de valor específico vinculado a essa questão, ela deve satisfazer a necessidade e os desejos de seus clientes, caso contrário ela desaparecerá!
Alerto que será cada vez mais difícil ficar imune à pressão de governos, de grupos corporativistas, da grande mídia e da própria opinião pública (geral). Diversidade e inclusão transformaram-se numa indústria paralela, que deve descer goela abaixo das organizações.
Uma gestão eficiente deve medir os indicadores-chave (chave são poucos) do negócio, tanto financeiros, tais como vendas e lucratividade, como também não-financeiros, tais como satisfação dos clientes e dos funcionários. Imperativo acompanhar a evolução da produtividade e de indicadores ligados à inovação – por exemplo, faturamento relacionado aos produtos e aos serviços novos/inovadores.
Meu entendimento: quanto mais objetiva e simples a gestão, melhor esta será. Nesse sentido, fico cada vez mais assustado com artigos e periódicos “especializados” que leio, recomendando mais complexidade por meio da criação de indicadores ligados à cor e ao gênero, de modo a fazer frente aos desafios da inclusão.
Especialistas em diversidade e inclusão enxergam tal tema como “esforços necessários para se chegar a uma força de trabalho e sociedade mais igualitárias”. Dizem ainda: “os esforços baseados em dados (que devem ser transformados em indicadores) para garantir a diversidade são agora mais do que apenas um imperativo de negócios; eles também são um imperativo social”. A nobreza encanta!
Diversidade, que é distinta de inclusão, importa se gera efetivamente aumento de produtividade para o negócio em questão. O que conta, em minha ótica, é contratar gente pela capacidade e pelo talento, não pela fisionomia.
Enfim, minha singela sugestão é de que o empresário deve manter o foco no seu negócio e em suas competências essenciais, capazes de proporcionar valor e inovações sistemáticas para os clientes e lucratividade superior para a empresa.
Muito cuidado com a desproporcional sinalização de virtudes, em especial com a desatenção e com as dispersões do foco do negócio!
Deixem-me somente terminar pontuando uma questão bem pragmática: neste ambiente empresarial cada vez mais competitivo, exigindo mais e melhores soluções para os problemas dos clientes, vencerão aqueles com o foco no seu domínio e nas suas áreas de especialidade; não se distraia. Não siga a turma daqueles que se dispersam nos corredores dos palácios governamentais…
Alex Pipkin é Doutor em Administração – Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração – Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. É professor em nível de graduação e pós-graduação em diversas universidades. Foi conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS e vice-presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.