Seu nome é “Luz do Centenário” (que recebeu no seu centenário), é a lâmpada de maior duração, segundo o Guinness Book of World Records, e brilha desde 1901 na 4550 East Avenue, em Livermore, Califórnia, na estação do Corpo de Bombeiros. Ela está pendurada no teto, com seis metros de altura, e provavelmente nem o inventor Thomas Edison teria imaginado um uso tão longo e permanente para qualquer uma de suas criações. Tornou-se tão famosa que todos os anos centenas de turistas que visitam a cidade reservam um pouco do seu tempo para passar e ver com seus próprios olhos. Uma webcam grava ao vivo vinte e quatro horas por dia (pode ser seguido neste endereço: http://www.centennialbulb.org/cam.htm ) para que o mundo possa assistir a este show tecnológico que mais parece uma mágica. Aliás, até um email foi habilitado para os curiosos que tiverem dúvidas ou perguntas: [email protected]. É um dos grandes orgulhos da cidade, as festas são organizadas nas datas dos grandes aniversários e, para muitos, é um “milagre” da ciência, embora essa expressão suponha uma contradição de termos.
Qual é a sua história? No início ninguém tinha informação suficiente, nem mesmo os bombeiros designados para este parque sabiam desde quando ela estava acesa, a única coisa que sabiam era que nunca se apagava. Em 1972 um jornalista local, Mike Dunstan, se interessou pela história. Por meio de entrevistas e pesquisas, ele chegou a uma resposta surpreendente: estava acesa desde 1901.
A razão para uma lâmpada que nunca se apaga era compreensível, os bombeiros precisam de uma luz que permaneça acesa durante o dia e a noite para guiá-los a qualquer momento, caso precisem atender uma emergência. Ao longo de sua pesquisa, o repórter concluiu que se tratava de um presente de um empresário da cidade, Dennis F. Bernal. Ele queria atender às necessidades dos bombeiros da época e presenteou com uma série de objetos. A lâmpada foi fabricada pela Shelby Electric Company, hoje dedicada à eletricidade. Em 1896, juntou-se a esta empresa um jovem engenheiro francês, Adolphe Alexandre Chaillet, um homem com ideias inovadoras e desafiadoras que, segundo um gerente, possuía conhecimentos essenciais para melhorar as lâmpadas incandescentes, melhorar sua eficiência em 20% e adicionar 30% à sua vida útil. Um grande mérito científico, mas uma desvantagem comercial.
Desde que alguém apertou o botão, a chamada “Lâmpada do Centenário” permaneceu brilhante, exceto por quatro momentos específicos devido à realocação ou reformas. Estima-se que ultrapassou em muito um milhão de horas, de acordo com uma contagem feita em 2018. Mas o que muitos estão se perguntando é por que uma lâmpada tão antiga atingiu esse recorde. Alguns dizem que é o resultado de um procedimento original e secreto que ainda nos é desconhecido, outros salientam que ela foi ligada e desligada muito raramente, o que permitiu uma espécie de combustão lenta e constante de baixa intensidade que impediu o seu derretimento, também há quem assegure que sua fabricação, feita à mão, conta com alguns detalhes de sua fabricação que resultou em um produto quase perfeito. Resta saber por quanto tempo ainda permanecerá acesa.