Reuters
A comissão de direitos humanos da Etiópia disse nesta segunda-feira (2) que está investigando um vídeo que mostra um grupo de combatentes em uniformes do exército etíope torturando e atirando em um menino que acusaram de ser da região de Tigray.
O vídeo, amplamente compartilhado nas redes sociais desde sexta-feira, mostra um grupo de homens do exército etíope apedrejando, provocando e chutando um menino com o rosto ensanguentado, antes de atirar em seu estômago. Emblemas no peito de vários combatentes diziam “Exército Etíope”.
“Não o mate, deixe-o sofrer”, disse um homem, enquanto outro acrescenta: “Ele não pode falar agora, primeiro deveríamos obter informações dele”.
“Devíamos tê-lo enterrado vivo”, disse outro homem. Um homem entrega uma pedra a uma garotinha para jogar na cabeça do menino, e mais tarde os homens forçam notas de dinheiro na boca do menino enquanto ele está sangrando de um ferimento na cabeça.
“Estamos tentando coletar informações sobre o incidente angustiante”, disse Daniel Bekele, chefe da Comissão de Direitos Humanos da Etiópia (EHRC), à Reuters em uma mensagem de texto.
Nem o porta-voz do governo da Etiópia, Legesse Tulu, nem o porta-voz militar, coronel Getnet Adane, responderam aos pedidos de comentários sobre o vídeo.
Em março, o EHRC disse que soldados e forças de segurança regionais mataram a tiros dez civis depois que um ataque a um comboio militar deixou 53 mortos. Um dos civis foi jogado vivo na pira, disse a comissão. O filme do homem em chamas tentando escapar e sendo empurrado para trás pelas forças de segurança uniformizadas foi postado nas redes sociais.
O governo prometeu punir os responsáveis, mas não está claro se alguma ação foi tomada.