Da Redação
Neste mês de julho, o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da ONU. Esta é a 11ª passagem do país pelo órgão desde a criação da organização. O Brasil assumiu um assento rotativo, em janeiro, com um mandato para o biênio 2022-2023.
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, falou à ONU News sobre as expectativas para a presidência brasileira.
“Um dos pontos que priorizaremos em nossa presidência é a comunicação estratégica em operações de manutenção da paz, com o intuito de melhor engajar-se com a população local em cada missão da ONU, sempre com respeito aos direitos humanos e combatendo a violência, inclusive sexual”
O representante do Brasil nas Nações Unidas também contou que o país deverá organizar um debate temático sobre menores em conflito.
“Também promoveremos um debate sobre crianças e conflitos armados, dedicado à análise do mais recente relatório anual do Secretário-Geral sobre o tema, abordando tópicos como o recrutamento de crianças- oldado e o ataque à escola e a educação no mundo.”
Eficiência do Conselho de Segurança
A situação na Ucrânia tem reunido os membros do Conselho de Segurança com frequência para debater os desdobramentos do conflito.
Em abril, o representante brasileiro na ONU avaliou o órgão como “inoperante” para alcançar soluções negociadas e acabar com a violência.
Na ocasião, Costa Filho adicionou que o Brasil sente “angústia e frustração” pela situação, especialmente pelo sofrimento humano. Assim, ao assumir a presidência em julho, o embaixador afirmou que dará atenção ao equilíbrio entre transparência e eficiência. E na presidência, o diplomata pretende buscar soluções.
“Uma das funções mais delicadas da presidência, a qual daremos a maior atenção, é cuidar do delicado equilíbrio entre transparência e eficiência. Por um lado, é necessário prestar contas para o público em geral e para os países não representados no Conselho. Por outro, a discrição muitas vezes é necessária para viabilizar um diálogo franco, voltado à busca de soluções, e não a relações públicas”.
Reforçando o que disse à ONU News quando assumiu a chefia da Missão da ONU, o Brasil afirma estar comprometido com a agenda da igualdade de gênero.
Segundo o embaixador, o país deve incluir representantes mulheres nas discussões “sempre que possível”.
Bicentenário da Independência
Com a comemoração do bicentenário da independência do Brasil celebrada em 7 de setembro, Ronaldo Costa Filho espera que a presidência também contribua para “mostrar um pouco mais do Brasil e da cultura brasileira para o mundo”
Este mês, Missão promove uma exposição sobre Rui Barbosa na sede da ONU em Nova Iorque.
O embaixador ainda citou que o Brasil pode colaborar para “a busca comum entre membros do Conselho pela paz e a segurança”, afirmando que o país possui uma “posição singular” por suas dimensões continentais e seus mais de 150 anos de convivência pacífica com seus vizinhos.