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Para o progresso, precisamos de mais desigualdade, não de menos

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Somos bombardeados regularmente por narrativas divulgando os efeitos devastadores da desigualdade de renda nas sociedades capitalistas.

Para muitos, a desigualdade é a história econômica marcante do século XX, e é algo que deve ser evitado a todo custo. Mas a desigualdade só é problemática quando é oriunda de políticas corruptas que concedem favores a grupos privilegiados ligados ao estado.

Já a desigualdade impulsionada pelo mercado é a fonte do progresso irrestrito.

Ao avaliar a qualidade das ideias, o livre mercado recompensa aqueles indivíduos talentosos e perspicazes que sabem responder às demandas dos consumidores. Ao contrário dos privilégios criados pelo governo, o livre mercado é um observador imparcial do valor. Quem sabe criar valor para os consumidores é recompensado financeiramente. Quem não sabe não enriquece — e, ainda assim, consegue viver bem.

Não é necessário ter conexões políticas para que os participantes sejam bem-sucedidos no live mercado; apenas uma grande disposição de empregar seus talentos para bem servir aos consumidores trará sucesso.

Mas como algumas pessoas são mais talentosas do que outras, os mercados livres invariavelmente produzirão desigualdade de renda. É inevitável.

No entanto, a maior probabilidade é que essas desigualdades gerem resultados positivos devido à capacidade dos indivíduos mais talentosos de melhorar o padrão de vida das pessoas comuns. É fato que a maioria das pessoas não tem a capacidade de revolucionar a sociedade; mas, felizmente para as pessoas comuns, as atividades dos indivíduos talentosos desencadeiam mudanças econômicas e tecnológicas que impulsionam o crescimento e criam oportunidades para as pessoas comuns ascenderem aos círculos da elite.

A Amazon fez de Jeff Bezos um homem bilionário, mas a entidade também transformou milhares de pequenas empresas em empreendimentos lucrativos ao fornecer a elas um lugar para comercializarem seus produtos para todo o mundo.

Com efeito, por meio de sua loja, a empresa fez quarenta mil milionários. O efeito cascata da Amazon é tão significativo que tornou amplamente bem-sucedidos até os clientes de suas afiliadas, como aponta este artigo da Forbes sobre Rasmus e Christian Mikkelsen:

“Rasmus e Christian Mikkelsen são irmãos gêmeos que rapidamente se tornaram pioneiros na área de publicação de livros e audiolivros na Amazon, tendo lançado coletivamente mais de 150 livros.”

“O crescimento da indústria motivou os gêmeos a fundarem a PublishingLife.com, uma empresa de educação online que ajuda pessoas comuns a escaparem de sua rotina convencional de trabalho. Utilizando o modelo de publicação de livros destes gêmeos, centenas de pessoas conseguiram alcançar resultados que mudaram suas vidas. Até o momento, seus alunos obtiveram um total combinado de US$20 milhões em ganhos verificados.”

Sem a desigualdade de talentos, super-empresas como Amazon e Google não existiriam, e haveria menos oportunidades para pessoas comuns criarem riqueza. A desigualdade é benéfica para a sociedade, pois, se fôssemos todos iguais, o mundo seria notavelmente medíocre.

Culturalmente, este mundo seria desprovido de maravilhas artísticas e literárias, pois as pessoas seriam incapazes de atingir o nível de William Shakespeare ou Pablo Picasso.

Nossa compreensão da ciência seria igualmente distorcida na ausência de mentes como Galileu Galiei, Isaac Newton e Albert Einstein. Infelizmente, a vida neste reino de mediocridade seria sórdida, brutal e curta. Morrer de doenças seria comum, considerando que a sociedade careceria de pessoas com a curiosidade e o talento de homens como Louis Pasteur e Alexander Fleming, que revolucionaram nossa abordagem no tratamento de doenças.

Ainda mais assombroso é que a ausência de pessoas extraordinárias deixaria de desencadear em terceiros a “inveja benigna”, a ambição que geralmente motiva as pessoas a querer melhorar suas circunstâncias para se aproximar do padrão de vida dos mais bem-sucedidos. E, em uma economia de livre mercado, elas só podem fazer isso ofertando bens e serviços de qualidade para pessoas que voluntariamente querem comprá-los.

Sem desigualdade, não pode haver progresso, pois sua ausência sugere que todos somos igualmente talentosos. E, se este for o caso, então a criatividade necessária para o avanço da sociedade não tem como surgir. Se todos são iguais, não há aquele indivíduo diferente que irá se arriscar para implantar uma nova ideia que transforme o mundo.

Jamais nos esqueçamos de que quando todos os homens são igualmente competentes, nenhum homem pode ser excelente. Como tal, uma sociedade verdadeiramente igualitária é aquela em que todos somos igualmente medíocres e vivemos uma vida abaixo do potencial da humanidade.

 

Lipton Matthews é pesquisador, analista de negócios e colaborador do Mises Institute, do The Federalist e do Jamaica Gleaner.

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