O Ministério da Saúde analisa uma lista de 86 medicamentos que enfrentam “deficiência no mercado”, segundo informou em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (22). A relação desses medicamentos não foi divulgada até o momento.
“O Conasems colaborou conosco e encaminhou uma lista de 126 medicamentos, fora outras listas que também nós estamos recebendo das sociedades, das associações, para nos apoiarem, para realmente poderem nos ajudar e mostrar aquilo que está com mais deficiência no mercado. Dentre essa lista, batendo todas as listas, comparando, de 126 a gente conclui 86 medicamentos”, explicou a secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Assuntos Estratégicos do Ministério da Saúde, Sandra de Castro Barros.
A pasta também informou que os estoques de contraste iodado devem ser recompostos no final de setembro deste ano. No último dia 13, o ministério publicou uma orientação para que o uso de contraste iodado para exames e procedimentos médicos seja racionalizado “até que o fornecimento do insumo seja normalizado”.
“Nós orientamos, de forma técnica, a priorização de procedimentos de pacientes com maiores riscos e em condições clínicas de urgência/emergência; evitar desperdícios que possam vir a ocorrer e considerar a utilização de outros métodos diagnósticos em substituição aos procedimentos”, afirmou a secretária de Atenção Especializada à Saúde do ministério, Maíra Botelho, sobre a racionalização.
A avaliação do ministério é de que as dificuldades envolvendo o abastecimento de medicamentos e insumos são motivadas por outros fatores além dos preços, incluindo questões globais.
Segundo o secretário-executivo da pasta, Daniel Pereira, algumas da ações que têm sido tomadas pelo Ministério da Saúde envolvem a vistoria de preços não correspondentes aos praticados, a coibição de práticas anticoncorrenciais e a liberação de impostos.
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que 80,4% dos 2.469 municípios que responderam à consulta relataram falta de medicamentos básicos da assistência farmacêutica.
Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (22), o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), Francisco Balestrin, afirmou que o impacto da falta de medicamentos atinge hospitais e farmácias.
“Começamos a identificar que o grande constrangimento que os hospitais estavam tendo para o atendimento dos pacientes era a falta de alguns medicamentos. Alguns básicos e outros que são mais complexos, como antibióticos e contrastes. Até soro fisiológico e a dipirona que é um medicamento que todos nós conhecemos”, disse.
CNN