Da Redação
O senador Rogério Marinho (PL-RN), relator da reforma tributária que marcou o fim da cobrança do imposto sindical, criticou a promessa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de recriar um modelo de financiamento dos sindicatos. O PT está empenhado em “recriar tropas de militantes bancadas com dinheiro do trabalhador”, disse Marinho à revista Veja.
“A proposta de recriação do imposto sindical demonstra as reais preocupações do PT. O que os move contra a modernização das leis trabalhistas é unicamente a intenção de recriar suas tropas de militantes bancadas com o dinheiro do trabalhador”, afirmou o senador.
Até 2017, quando o imposto foi extinto, eram cerca de R$ 3 bilhões recolhidos anualmente dos trabalhadores com carteira assinada e utilizados para proporcionar a algumas lideranças sindicais uma vida cheia de luxos. Esses recursos também eram utilizados para financiar manifestações políticas. Depois da reforma, os sindicatos tiveram que demitir funcionários e convencer os filiados a contribuírem com uma taxa voluntária, para se manter.
“A reforma não tirou o direito do trabalhador lutar por condições melhores, memo por meio de greves. Agora, vimos um esvaziamento das mobilizações sindicais movidas por interesses político-partidários, houve uma depuração. As greves, quando ocorrem agora, são movidas por interesses dos trabalhadores e não mais por manobras e pressões de um partido”, disse Marinho.
Ainda na pré-campanha, Lula declarou que não descartava a possibilidade de implantar um mecanismo que permitisse aos sindicatos reconstruir um canal de arrecadação. Uma nova taxa pode render até R$ 4 bilhões por ano às entidades.