No mundo atual não se faz política sem movimentos de massa. No século XX testemunhamos o surgimento e o fim de organizações militantes que fizeram e ainda fazem pressão para mudar regimes e governos: à direita, por exemplo, tivemos a Action Française na França e a TFP no Brasil; à esquerda, os movimentos são mais numerosos, duradouros e conhecidos: CEBs, MST, movimentos estudantis, etc.
Aconteceu que nas últimas quatro décadas a esquerda exerceu uma hegemonia nos movimentos de massa e a direita foi reduzida a indivíduos, esclarecidos e combativos, por certo, mas desprovidos do apoio de uma rede de organizações e movimentos. Até que em 2013 as coisas começaram a mudar com as manifestações de rua, de apelo popular ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e à eleição do presidente Jair Bolsonaro.
Aí está o grande valor da movimentação popular que surgiu espontaneamente no Brasil e aglutinou todos os que compartilham alguns mesmos valores básicos – patriotismo, honestidade na gestão pública, liberdade para o culto divino, liberdade de expressão, transparência eleitoral. Essas manifestações são talvez a maior oportunidade que o conservadorismo já teve no país para se constituir em movimentos que com sua força, constância e coesão de princípios poderão conseguir realizar mudanças de longo alcance na política brasileira.
Como escreveu o filósofo Olavo de Carvalho em 2018: “O problema não é eleger um bom presidente. É dar-lhe o apoio necessário para que ele consiga fazer o que prometeu. Sem mobilização popular constante, nada feito.”
Não deixemos essa oportunidade passar: estabeleçamos contatos, façamos amizade, organizemos estratégias comuns. O futuro do Brasil também depende disso.
Cláudio Ferreira é empresário, professor, biólogo e deputado estadual eleito por Mato Grosso.