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Participantes do programa Famílias Fortes têm potencial de redução de 60% no estilo parental negligente

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Da Redação

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgaram recentemente os resultados parciais da avaliação de efetividade da aplicação do Famílias Fortes no Brasil, uma adaptação do programa universal de prevenção ao uso de drogas, Strengthening Families Program (SFP). A iniciativa vem sendo gerida no Brasil pela Secretaria Nacional da Família, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (SNF/MMFDH), desde 2019.

Os resultados da avaliação mostraram que, entre as famílias brasileiras que participaram do programa federal, houve uma redução de 60% nas chances dos pais apresentarem estilo parental negligente, um aumento de, em média, 10% no uso de práticas educativas de disciplina não-violenta e uma redução de 5% no escore de conflito.

A metodologia de estudo das universidades foi do tipo “Ensaio Controlado Randomizado”, adequado para se avaliar o efeito de um programa de prevenção. Ele compara dois grupos, um que recebe o programa e outro que não recebe. A amostra envolveu 810 famílias e 60 núcleos/CRAS em 13 cidades brasileiras. Elas foram aleatorizadas em dois grupos: controle e intervenção. As famílias do grupo controle não participaram do programa e as do grupo intervenção participaram. Dados sobre o comportamento dos participantes foram coletados antes da intervenção e após seis meses do início da ação. No momento, estão sendo coletados dados de acompanhamento de 12 meses destas famílias.

Atualmente, o Famílias Fortes está sendo implementado em 23 unidades da Federação, alcançando 46 mil famílias de 225 municípios. Além disso, mais de sete mil pessoas foram certificadas no “Curso para Facilitadores do Famílias Fortes”.

O que é o Famílias Fortes

O Famílias Fortes tem uma metodologia de prevenção de comportamentos de risco destinada às famílias com adolescentes entre 10 e 14 anos de idade, que se desenvolve ao longo de sete encontros semanais, e visa o bem-estar dos membros da família a partir do fortalecimento dos vínculos familiares e do desenvolvimento de habilidades parentais e socioemocionais.

De acordo com a secretária nacional da Família, Angela Gandra, os objetivos específicos do programa são “ensinar pais e filhos a desenvolverem maneiras eficazes de comunicação e relacionamento; mostrar aos pais a importância de apoiar seus filhos; ajudar os pais a disciplinar e orientar seus filhos de forma eficaz; orientar os filhos sobre como compreender e valorizar seus pais; ensinar os filhos a lidar com o estresse e a pressão dos amigos e promover uma expectativa de futuro aos jovens”, elencou a gestora.

Os principais resultados alcançados com a aplicação do Famílias Fortes são: redução da agressividade; redução de isolamento social; melhoria na qualidade da relação familiar; melhoria nas habilidades parentais; redução em maus-tratos infantis; melhoria nas habilidades sociais dos jovens; aumento em autoeficácia para a aprendizagem; melhoria em engajamento escolar; melhoria do desempenho acadêmico; aumento em perspectiva de tempo futuro; retardo no primeiro uso de drogas; redução do uso pesado e frequente de drogas e redução em comportamento antissocial.

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