Da Redação
A ONG Transparência Internacional criticou o governo federal por ter nomeado Waldez Góes como novo ministro da Integração Nacional. Nesta quinta-feira (5), a entidade disse que o ex-governador do Amapá “entrou pela cota do Centrão”, mesmo tendo sido “condenado pelo STJ a 6 anos de prisão por peculato”.
“Esta semana, um condenado à prisão por desvio de recurso público foi empossado Ministro da Integração Nacional. Entrou pela cota do Centrão, que consegue achacar qualquer governo, à direita ou à esquerda. Em 2019, Waldez Góes foi condenado pelo STJ a 6 anos de prisão por peculato. Sua defesa apresentou recurso, que está parado no STF por pedido de vista do min. Alexandre de Moraes. Ainda assim, apesar da gravidade do caso, foi empossado Ministro do Governo Lula” escreveu a Transparência Internacional no Twitter.
A entidade ainda questionou o silêncio do presidente Lula (PT) a respeito do tema. “Apesar do silêncio de Lula sobre combate à corrupção, técnicos respeitados foram nomeados para órgãos de controle chave, como CGUe AGU. A nomeação de um ministro condenado à prisão destoa desses bons quadros e acende todos os alertas”.
Segundo a entidade, que atua no combate à corrupção em mais de 60 países, o padrão ético na formação de ministérios é vital na promoção da integridade e da democracia.
“Em qualquer regime democrático, há distribuição de poder entre grupos aliados ao governo eleito. São os termos dessas negociações que determinam sistemas mais íntegros ou corruptos. O padrão ético na formação de ministérios é vital na promoção da integridade e da democracia. A sociedade e as instituições devem impedir que um Ministério fundamental para o desenvolvimento de regiões desassistidas do país continue usado como máquina de corrupção e feudalização eleitoreira. O Centrão pode achacar governos, mas não pode achacar a sociedade brasileira”, diz a Transparência Internacional.
Waldez Góes foi preso pela Polícia Federal, na operação Mãos Limpas. Em 2019, Góes foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 6 anos e 9 meses de prisão por desvios de recursos públicos. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a condenação. A defesa de Waldez Goés entrou com um habeas corpus. Contudo, o julgamento está parado desde 2021, após um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.