Da Redação
O ex-ministro da Fazenda do governo Sarney, Maílson da Nóbrega, afirmou que “essa história do ‘pobre no orçamento’ é para enganar trouxa”, e que “Lula mostra mais uma vez que o PT é mestre na criação de clichês e slogans”. A declaração do ex-ministro foi em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira (20).
“Lula mostra mais uma vez que o PT é mestre na criação de clichês e slogans. Essa história do ‘pobre no orçamento’ é para enganar trouxa. Porque o pobre nunca saiu do orçamento, desde o governo Sarney. Os programas sociais dirigidos aos pobres começaram no governo Sarney, que criou um programa para fornecer um litro de leite diário a 10 milhões de crianças. Depois vieram o Bolsa Escola, o Bolsa Gás, o Bolsa Família e assim por diante”, pontuou o ministro. “Nenhum desses programas desapareceu do orçamento. Dá a impressão de que chegou um governo malvado e tirou todos os pobres do orçamento, isso não aconteceu”.
O economista falou da importância em manter a inflação controlada e do governo dar declarações responsáveis sobre o assunto. “É um assunto extremamente técnico, que tem que ser resolvido com muita responsabilidade. Está em jogo também os interesses dos consumidores e dos trabalhadores. Quanto maior a taxa de inflação, maior a volatilidade da economia, dos preços, maior a pressão para redução de salários em termos reais. Meta de inflação mais alta, nós já sabemos disso no Brasil, ela acaba prejudicando em última análise os pobres, que são aqueles que não tem como se defender de uma alta continuada e elevada dos preços”.
Maílson ressaltou ainda a importância de implementar uma política de aumento real do salário mínimo de forma responsável. “Tenho nada contra dar aumento de salário mínimo, todos nós somos favoráveis a isso. Só que tem que fazer isso verificando se é possível, se isso não gera danos à economia e aos próprios trabalhadores que ganham salário mínimo… Aí você pode ter o primeiro efeito do aumento real do salário mínimo, que é o aumento da informalidade e provavelmente do desemprego”.