Da Redação
Um novo índice de classificação mundial que rastreia o estado da liberdade de expressão, publicado na quarta-feira (25), classifica o Brasil apenas no sexto nível, entre dez classificações. Países mais abertos estão no nível 1 e os mais fechados, no 10.
O Índice Index, projeto criado pela organização Index on Censorship, mostra o Brasil ao lado de México, Bolívia, Níger, Gabão, Burkina Faso, Togo, Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Nepal e Malásia. No sexto nível, o Brasil é classificado como tendo uma liberdade de expressão “Limitada”. A primeira posição é designada como “Aberta” e, a última, “Fechada”.
O índice Index modelou dados compilados de várias fontes, incluindo o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, o projeto de pesquisa Variedades da Democracia (V-Dem), Committee to Protect Jornalistas, Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO, Índice Global de Segurança Cibernética e Ferramenta de Custo de Desligamento (COST) da Netblocks. A partir desses conjuntos de dados, 178 variáveis relevantes foram identificadas e incorporadas ao índice.
Os países com a classificação mais alta, em geral, estão agrupados em torno da Europa Ocidental e Oceania, como Austrália, Áustria e Bélgica. O Reino Unido e os EUA foram classificados ao lado de países como Moldávia, Panamá, Romênia e África do Sul como “Parcialmente Abertos”.
Os países com pior desempenho, classificados como “Fechados”, são Bahrein, Belarus, Mianmar, China, Cuba, Guiné Equatorial, Eritreia, Essuatíni (Suazilândia), Laos, Nicarágua, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão do Sul, Síria, Turcomenistão, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.
Ruth Anderson, CEO do Index on Censorship, disse que “o lançamento do novo Índice Index é um momento marcante em como rastreamos a liberdade de expressão em áreas-chave em todo o mundo”. Para ela, “as descobertas do projeto piloto são esclarecedoras, surpreendentes e preocupantes em igual medida. O índice sobre o trabalho recente da Censura em questões tão diversas quanto a influência do Partido Comunista Chinês no mundo da arte até o efeito assustador da Lei de Segurança Online do Governo do Reino Unido, todos apontam para passos para trás para um país que há muito se vê como um bastião da liberdade de expressão”.
Nik Williams, diretor de políticas e campanhas do Index on Censorship, afirmou que “com o crescimento das ameaças globais à liberdade de expressão, desenvolver uma visão precisa país por país das ameaças à liberdade acadêmica, digital e de mídia é o primeiro passo necessário para identificar o que precisa mudar. Com lacunas nos conjuntos de dados atuais, espera-se que as futuras classificações do ‘Índice Index’ tenham mais dados em nível de país que possam ser verificados e compartilhados com parceiros e formuladores de políticas. À medida que o ‘Índice Index‘ cresce e se desenvolve além deste ano piloto, ele não apenas mapeará as ameaças à liberdade de expressão, mas também onde precisamos concentrar nossos esforços para garantir que acadêmicos, artistas, escritores, jornalistas, ativistas e a sociedade civil não sofram em silêncio.”