Da Redação
Mesmo com a presença de 200 homens da Força Nacional e 30 agentes penitenciários federais, o Rio Grande do Norte registrou a terceira noite e madrugada de violência com ataques na capital, Natal, e em outras 13 cidades do Estado. Há registros de criminosos disparando tiros contra prédios de instituições públicas e ateando fogo em carros e ônibus parados nas ruas. O transporte público está suspenso na capital potiguar.
Até o momento, 57 suspeitos foram presos, sendo um deles um adolescente, oito foragidos da Justiça recapturados, dois tornozelados e um ferido, que foi encaminhado a uma unidade de saúde. Além das detenções, foram apreendidas 15 armas de fogo e quatro simulacros, 46 artefatos explosivos, dez galões de gasolina, cinco motos, dois carros, além de dinheiro, drogas e munições.
As ações policiais deixaram dois mortos, sendo um suspeito de realizar atos de vandalismo e o outro um líder de uma facção do Estado. Uma terceira vítima, um comerciante inocente, ainda não tem relação direta com a onda de violência, segundo a polícia, que investiga a morte.
Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do RN, coronel Francisco Canindé, a onda de violência foi motivada por insatisfações de presidiários com o sistema carcerário, tendo sido comandada de dentro das prisões.
“Algumas lideranças de organizações criminosas estão reclamando com o tratamento dado dentro do sistema prisional. O sistema prisional do Rio Grande do Norte é um sistema controlado dentro dos presídios, e muitas dessas pessoas querem benefícios. A Lei de Execução Penal está sendo cumprida no RN, então o que for a mais não está dentro do ordenamento jurídico”, afirmou.
Além disso, ele disse acreditar ainda que as ações criminosas também tenham sido realizadas em resposta a uma operação policial realizada há 15 dias, com grandes apreensões de drogas e detenções de líderes de facções.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, atendeu a um pedido da governadora Fátima Bezerra (PT) e autorizou, na noite de quarta-feira (15), que seja feito o emprego da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária no RN.
“Esse apoio é ilimitado. Nós estamos chegando com outros contingentes, vamos chegar a 220 integrantes. Inclusive o comandante da Força Nacional está lá no RN. Se for necessário colocar 400, 500, 600, 800 policiais, nós vamos colocar, para apoiar o RN, porque nós não vamos permitir que territórios sejam entregues a práticas criminosas”, afirmou o ministro em entrevista à CNN Brasil na quarta-feira.