Da Redação
O empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como “Eduardo DP”, sócio oculto da Construservice, empreiteira que está no centro de suspeitas de corrupção com verbas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), manteve relações políticas no Maranhão com aliados do ministro da Justiça Flávio Dino.
A Construservice também foi uma das maiores beneficiadas por verbas para obras de pavimentação no período em que Flávio Dino governou o Estado. De 2015 a 2022, a empresa recebeu cerca de R$ 710 milhões. A informação foi revelada nesta segunda-feira (20), pelo jornal Folha de S.Paulo.
Investigação da Polícia Federal (PF) aponta suspeita de que a Construservice pagou propina de R$ 250 mil a um gerente da Codevasf. Em 2022, Eduardo DP chegou a ser preso nessa apuração. O empresário aparece em ao menos duas fotografias com Flávio Dino, em eventos no interior do Maranhão.
Questionado sobre a relação de seus aliados com Eduardo DP e sobre negócios da Construservice com o governo do Maranhão, o Ministério da Justiça do governo Lula disse que Dino “não mantém e nunca manteve relação com empresários citados”. Informou também que dezenas de empresas trabalharam para obras no Maranhão, feitas por meio de “procedimentos legais”.
A Construservice aumentou o faturamento nos últimos anos da gestão Dino. Foram cerca de R$ 300 milhões pagos por obras de pavimentação em 2020 e 2021. No ano seguinte, mais R$ 236 milhões foram desembolsados para a empresa.
Eduardo DP é filho de Arlene Costa, ex-prefeita de Dom Pedro, no Maranhão. O empresário foi preso quatro vezes, de 2015 a 2016, em investigações sobre agiotagem, corrupção e fraude em licitações.
Em julho de 2022, Eduardo DP foi preso novamente, desta vez pela PF, que encontrou R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens de luxos, na casa do empresário. Essa operação mirou suspeitas de fraudes em licitações e desvios de verbas federais da Codevasf.
Procurado, Eduardo DP não respondeu a questionamentos sobre a relação dele com aliados de Dino e sobre contratos da Construservice com o governo estadual. O governo do Maranhão também não se manifestou.