Da Redação
O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu uma fazenda na cidade de Hidrolândia, em Goiás, na madrugada de sábado (25). O ato faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que ocorre desde o início de março deste ano. Conforme os militantes, o objetivo é “denunciar a exploração sexual de mulheres e adolescentes”.
Segundo o movimento, um grupo de 600 famílias participam da invasão à Fazenda São Lukas. Ainda de acordo com o MST, a área ocupada integra o patrimônio da União desde 2016 e pertenceu a um grupo criminoso, condenado em 2009, pelos crimes de exploração sexual e tráfico internacional de pessoas. A fazenda tem uma área total de quase 680 mil metros quadrados, de acordo com a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU).
O MST alega que o grupo condenado em 2009 utilizava o terreno para aprisionar mulheres e adolescentes. Posteriormente, as vítimas eram traficadas para a Suíça e submetidas à exploração sexual. A denúncia mostra que os alvos eram principalmente mulheres de cidades goianas, como Anápolis, Goiânia e Trindade. Segundo a Polícia Federal, a quadrilha adquiriu a fazenda com dinheiro do tráfico humano.
Patrícia Cristiane, diretora nacional do MST, afirma que a invasão também tem outros objetivos. “Exigimos que esta área, antes usada para violentar mulheres, seja destinada para o assentamento destas famílias, para que possamos produzir alimentos saudáveis e combater a violência”, informou, em nota.
Em fevereiro, A Suzano, multinacional de celulose, teve três áreas invadidas na Bahia. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), houve 16 invasões de terra no país em 2023. Dez ocorreram na Bahia.
O Congresso reagiu às invasões recentes de terras pelo MST. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST alcançou o número mínimo de assinaturas para ser instalada no último dia 15. O requerimento de abertura já foi protocolado no sistema da Câmara.