Da Redação
O ministro das Comunicações de Lula, Juscelino Filho, mentiu em documento oficial sobre a viagem que fez a São Paulo, em janeiro, logo depois de assumir a pasta. No ofício, o ministro informou que sua agenda de trabalho fora de Brasília se estendeu de quinta-feira a domingo. No entanto, o compromisso oficial durou apenas duas horas e meia. A partir do meio-dia de sexta-feira até domingo, toda a agenda de Juscelino foi voltada para participar de leilões e eventos de cavalos de raça.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a prestação de contas da viagem foi assinada pelo próprio ministro, em 31 de janeiro. Intitulado “Relatório de viagem”, o registro contém informações como o roteiro e a descrição da “missão”, além de dados do ministro.
No documento, há questões como “Compareceu ao trabalho no dia da viagem?” e “Houve alteração no roteiro da missão? Se sim, justifique”.
A resposta para a pergunta sobre mudanças no roteiro da viagem foi “não”. O ministro informou que a viagem oficial durou de “26 a 30 de janeiro”, de quinta-feira a domingo.
Para viajar a São Paulo, Juscelino preencheu outros documentos, nos quais informou que a viagem era “urgente”, e solicitou pagamento de diárias para cobrir todo o período de quatro dias. Depois que o caso foi revelado, o ministro devolveu R$ 2 mil de um total de R$ 3 mil que recebeu.
A prestação de contas da viagem contradiz a versão do ministro. Após a volta de São Paulo, quando já havia participado dos eventos com cavalos, ele próprio informou em documento interno que, durante todo o período em que esteve em São Paulo, estava trabalhando.
Em nota, o Ministério das Comunicações afirmou que, “como já explicado mais de uma vez, houve uma falha no sistema, que lançou as diárias no período todo, sem excluir o período de descanso”.
“Essa falha já foi detectada, já foi corrigida, o valor já foi devolvido, e isso já foi esclarecido”, afirmou.
Na terça-feira (28), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República analisou o caso e decidiu abrir uma investigação para averiguar a conduta do ministro.