Da Redação
A rede de lojas Marisa anunciou um plano de reestruturação para reduzir o endividamento, ante o prejuízo de R$ 188,6 milhões no quarto trimestre de 2022 e o de R$ 24,5 milhões já registrado em 2023. Serão fechadas 90 lojas, de um total de 334.
A companhia aproveitou para anunciar uma injeção de R$ 90 milhões dos acionistas controladores para viabilizar o reenquadramento da MPagamentos (braço financeiro da empresa) nos índices regulatórios e prudenciais. Será um ajuste dos montantes separados para lidar com inadimplência. Caso necessário, a companhia promoverá ainda até agosto deste ano um aporte adicional de R$ 26 milhões na MPagamentos.
Para o novo CEO da companhia, João Pinheiro, os números de 2022 não são bons, “como era de se esperar”. Ele ressalta que a margem bruta da empresa no varejo melhorou, voltando a 52%, com alta de 4,6 pontos porcentuais. Para Pinheiro, isso indica que a companhia tem bons produtos e público. Assim, o necessário agora é cortar despesas e organizar a operação do banco.
Do lado do banco, além do aporte, será feita uma reorganização. A MPagamentos, que fica sob o comando do Mbank, será separada da MCartões, que passará a ser uma prestadora de serviços de adquirência para a MPagamentos.
Além disso, Pinheiro diz que a empresa tem adquirido uma concessão mais conservadora de crédito e que deve focar, de agora em diante, em conceder crédito para seus próprios clientes, de quem já tem dados.
“Muitos varejistas acharam que operar bancos era algo simples. Com a Marisa não foi diferente”, diz Pinheiro.
Pinheiro explica que os cortes que virão não serão de vendedores de lojas, de modo a prejudicar a operação.
“Não se trata de cortar vendedor de lojas e, sim, fechar lojas deficitárias e realocar pessoas na medida do possível. Vamos atacar os custos administrativos e reorganizar o banco”, afirmou.
Com Estadão Conteúdo