Da Redação
“Internet não é terra sem lei, tudo que se faz deixa um rastro. A depender do caso concreto, esses adolescentes e adultos podem responder por crimes que são considerados atos de terrorismo e as penas ultrapassam 30 anos de cadeia. É muito sério. Se for um adolescente, ainda carregará um histórico por toda a sua vida. Além disso, os pais podem ser responsabilizados civilmente”.
O alerta é do titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), Ruy Guilherme Peral, ao conversar sobre o cenário de medo que se instalou entre pais, alunos e comunidade escolar, no podcast Conecta Jovem.
Segundo o delegado, de todos os casos em que a DRCI atuou diretamente ou indiretamente, 100% se tratam de trotes, ou seja, fake fews e é muito importante que a população ajude freando a divulgação dos conteúdos que estão circulando. “Dos casos em que atuamos direta ou indiretamente, 100% eram fake fews, de brincadeiras de mal gosto. Somos ponto focal da Operação Integrada Escola Segura, que é nacional, e estamos identificando quem está se escondendo atrás das telas dos celulares”, frisou Ruy Guilherme.
A orientação para as mães, pais e comunidade escolar é que ao receberem vídeos, fotos e mensagens de ameaças ou supostos ataques, que enviem por mensagem para os perfis oficiais da Polícia Civil em Mato Grosso nas redes sociais ou pelo WhatsApp para denúncias 65 99973-4429, além do 197. Conforme o delegado, muitas dessas mensagens, montagens de vídeo e fotos são as mesmas que estão circulando em todo o país.
“Os criminosos pegam isso, fazem alterações para a nossa realidade e compartilham para causar pânico. Aquela ideia de enviarmos essas mensagens para o maior número de pessoas está errada, pois causam o efeito contrário, gerando pânico e tumulto. Além disso, pode acontecer o efeito contágio, e aquela pessoa que está sendo vítima de bullying pode se sentir inspirada a fazer o mesmo. Outro ponto é que as pessoas que cometeram esse tipo de crime querem publicidade, holofotes e ficar famosos com as atrocidades que eles praticaram. Não podemos alimentar esse tipo de ego”, ressaltou o delegado.
O titular da DRCI explicou que o trabalho da delegacia especializada está seguindo por três frentes: monitoramento preventivo das redes sociais, vasculhando web para encontrar os autores e perfis que fazem alusão a esses crimes; na repressão, investigando quando identificamos os responsáveis ou recebemos denúncias para responsabilizá-los criminalmente; e no apoio às demais delegacias de Mato Grosso.