Da Redação
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), autorizou a instalação da CPMI do 8 de janeiro. A leitura do requerimento ocorreu na sessão do Congresso Nacional aberta no início da tarde desta quarta-feira (26).
Antes mesmo da leitura do requerimento que autoriza a instalação, Pacheco afirmou à imprensa que os trabalhos da CPMI, que pretende investigar a ação e omissão nos atos de 8 de Janeiro, serão iniciados a partir da próxima semana.
Sob a autoria do deputado federal André Fernandes (PL-CE), o pedido conta com assinatura de 239 deputados e 38 senadores, segundo a última atualização. O número atual é maior do que o mínimo necessário para que o pedido de instalação da CPMI seja apresentado ao presidente da Casa.
Com a leitura do requerimento feita, o próximo passo deverá ser a indicação dos 32 membros titulares do colegiado que vão compor os trabalhos pelos líderes dos partidos. A definição de todos os nomes ocorrerá somente na próxima semana.
O aval para a instalação da CPMI do 8 de janeiro era aguardado para a sessão da última semana do Congresso Nacional, Pacheco, no entanto, ajudou o governo do presidente Lula e adiou a instalação da comissão, que, diferentemente de uma comissão comum, é “mista”, reunindo deputados federais e senadores.
A instalação da CPMI ocorre em meio à mudança de postura por parte da base governista. Até meados da última semana, o governo era contrário a existência da comissão. O discurso dos aliados de Lula mudou depois que imagens mostraram a presença do então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, no Palácio do Planalto no dia em que o local foi invadido por manifestantes.
No mesmo dia das revelações das imagens, divulgadas em primeira mão pela emissora CNN Brasil, Gonçalves Dias deixou o ministério lulista. Além da queda dele, o governo passou a discursar em favor da instalação da CPMI, e agora atua nos bastidores para conquistar aliados para a presidência e a relatoria da comissão.