Da Redação
Um estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) publicado no International Journal Public Health (IJPH) evidenciou o que os profissionais da saúde já esperavam. Os casos de câncer de mama grave aumentaram em 26% no Brasil, na pandemia. E o Centro-Oeste lidera o ranking entre todas as regiões do país que concentram maior volume de pessoas com a doença em estágio mais severo, com 21% do total.
O aumento é referente a tumores nos estágios III e IV, que são aqueles que atingiram mais de cinco centímetros ou que se encontram em metástase. De acordo com o mastologista e ginecologista da clínica Oncolog, Luciano Florisbelo, a pandemia trouxe um retardo, em curto prazo, na sequência de tratamento do câncer de mama, o que acaba resultando nesse aumento significativo de índices.
“Muitos deixaram de fazer o tratamento ou acompanhar a doença. E quando falamos de câncer, sabemos que isso é algo muito perigoso, porque o tratamento adequado e precoce salva vidas”, pontuou o especialista. Os aumentados citados são referentes a tumores nos estágios III e IV, que possuem mais de cinco centímetros ou que estão já em fase metástase.
Outro fator responsável para o aumento do tumor em estágio avançado se trata da redução do número de exames de mamografias realizados durante a crise da covid-19. Dos exames de mulheres acima dos 40 anos, esta é a mais indicada. “Com este exame você consegue diminuir a mortalidade em até 30%, isto porque, ao rastrear o tumor logo no início as chances de cura são maiores”, informa Luciano.
Além do Centro-Oeste, as regiões com maior incidência do câncer de mama, conforme o estudo da SBM, são o Norte (17%) e o sudeste e sul, com 11% e 6% dos casos, respectivamente. “Temos duas realidades. Na rede pública o paciente tem demora no atendimento e falta de médicos. No entanto, no privado a pessoa consegue um atendimento mais rápido e a identificação precoce”, relata o mastologista.