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Ex-servidora confirma repasse de VI para Edna Sampaio; marido chefiava esquema

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Da Redação

 

A ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Natasha Oliveira Abreu, confirmou que repassava mensalmente R$ 5 mil referentes à VI (verba indenizatória) para a conta da vereadora, nos cinco meses em que trabalhou com a parlamentar. Edna é acusada de desvio de finalidade de recurso por um suposto esquema de “rachadinha” da verba em seu gabinete.

Nesta quinta-feira (22), a ex-servidora afirmou à Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, que não tinha conhecimento da finalidade da VI e que foi orientada a repassar os valores para a conta da vereadora.

“Eu não sabia a real fidelidade da VI. No gabinete, sempre foi tratado como VI do gabinete. Em nenhum momento falavam que era do chefe do gabinete, que era uma ajuda de custo ou para custear os gastos do cargo. Em nenhum momento isso foi explicado para mim. E eu, com falta de experiência e conhecimento, acreditei”, disse ela.

Emocionada, Laura afirmou que recebia cobranças constantes do marido da vereadora para realizar as transferências da Verba Indenizatória.

“Conforme tem os prints de WhatsApp, ele passava a conta que era pra ser transferida e ele me perguntava se o relatório de V.I. já tinha sido feito, se já tinha caído dinheiro na conta, se já tinha transferido para a conta da Edna. Caso tivesse caído era para transferir para a conta que ele mandava, que era em nome da vereadora Edna”, disse Laura. “Ele me perguntava: ‘Já caiu a VI do gabinete?’. ‘Já transferiu a VI do gabinete?”.

A ex-servidora também negou que tivesse qualquer acesso à conta bancária da vereadora.

“Eu nunca tive acesso a nenhuma conta da Edna, nem do mandato. Nunca fiquei nem com o cartão. Nunca tive acesso a nenhuma movimentação, a nenhuma prestação de contas. O tempo que eu estive lá, eu Laura, não tive acesso. Não podia movimentar esse dinheiro”, disse.

Laura revelou aos parlamentares que fazia um relatório, a pedido de Edna, com os supostos gastos da verba e que esse relatório não era subsidiado por notas fiscais ou informações repassadas pela vereadora.

“Ela não me apresentava nota fiscal de nada, comprovante de pagamento, nem nada. Eu não tinha acesso de comprovante de pagamento nem prestação de contas. Eu não tinha acesso a conta bancária, nem a movimentação desse dinheiro”, afirmou.

Laura Natasha foi demitida do cargo, no ano passado, enquanto estava grávida. Ela contou que a gestação trouxe enjoo, náuseas e mal estar, o que dificultou o desempenho da função.

“Eu precisei tomar soro várias vezes. Isso prejudicou meu trabalho. Fiquei incomodada e chamei a Edna para conversar e me desculpar por não entregar os meus 100%, como gostaria, por conta da minha condição. E foi nessa conversa que ela comunicou a minha exoneração”.

Ela disse que implorou pelo emprego à vereadora por conta da questão financeira, mas a parlamentar argumentou que mantê-la no gabinete poderia custar seu mandato.

“Ela falou para mim que não teria condições de ficar comigo, porque ela é mãe de três filhos, e sabia como era estar grávida, e que a minha condição iria custar para o mandato dela… Ela disse: ‘Laura, é difícil para mim fazer isso, mas não tem como eu continuar’. E eu perguntei para ela: ‘Edna, como eu vou fazer? Edna, como vou sustentar dois filhos com R$ 1,5 mil que recebo da Prefeitura? Como vou fazer para fazer o enxoval?. E ela disse para mim que eu sabia que [aquele cargo] era temporário e que minha situação financeira não era um problema que ela tinha que resolver. A partir disso, eu aceitei a decisão dela”, disse.

O pagamento dos direitos trabalhistas referentes a todo o período da gestação e de licença maternidade, custaram à Câmara cerca de R$ 70 mil.

 

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