Governador aciona Justiça contra jornal que denunciou compra ilegal de mercúrio por empresa de seu filho
Da Redação
O governador Mauro Mendes (União) emitiu nota nesta quarta-feira (12) informando que acionou judicialmente o jornal A Gazeta, que publicou uma matéria sobre seu filho Luis Antonio Taveira Mendes. A reportagem revelou que a Kin Mineração Ltda, empresa que tem como um dos sócios o filho do governador, foi uma das que adquiriu mercúrio ilegal no âmbito da Operação Hermes (Hg) da Polícia Federal. Segundo a nota, a reportagem seria “mentirosa, caluniosa e criminosa”.
“Sobre a matéria MENTIROSA, CALUNIOSA e CRIMINOSA, divulgada pelo Jornal A Gazeta, do último domingo (9), com o título “PF investiga filho do governador”, é necessário restabelece a verdade: 1. O delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Hermes, Dr. Dalton Marinho, e a Justiça Federal certificaram que o meu filho, Luis Antonio Taveira Mendes, NÃO É INVESTIGADO PELA PF. 2. A Gazeta divulgou a matéria MENTIROSA uma semana após a agência DMD, do mesmo grupo familiar, perder a licitação de publicidade do Governo de Mato Grosso. 3. As MENTIRAS CRIMINOSAS divulgadas pela A Gazeta são objeto de processo indenizatório, já ajuizado, e também está sendo apurada a responsabilidade de todos os envolvidos no crime de calúnia. 4. Respeito o papel da imprensa séria, mas não aceitarei ataques COVARDES E CRIMINOSOS contra o Governo e a minha família”, diz a nota.
Em resposta, o jornal A Gazeta afirmou “que se baseou no avanço das investigações para averiguar a conduta das empresas e dos empresários que compraram o mercúrio ilegal em um inquérito sigiloso” e que “em nenhum momento acusou ou afirmou que Luiz Antônio Taveira Mendes foi indiciado no inquérito. Apenas revelou que a empresa comprou R$ 301.9 mil de mercúrio da organização criminosa em 2022, conforme consta na denúncia contra a organização criminosa investigada”.
Segundo o jornal, a reportagem “foi baseada nas informações contidas nos relatórios das investigações, que seguem para empresários e empresas em sigilo. Tanto que o próprio governador Mauro Mendes chegou a admitir a compra do mercúrio ilegal pela empresa do seu filho, alegando ‘boa fé’, e que não sabia da procedência ilegal do mercúrio”.
“Nesta empresa tem dezenas de sócios (…) Como é que eu vou saber lá. Toda vez que você for comprar de alguém então, você tem que pedir procedência, porque se não você será responsabilizado”, disse na época o governador Mauro Mendes ao portal Uol. “O meu filho é só…meu filho não, a empresa que ele participa, é sócio de uma outra empresa, que comprou mercúrio de uma empresa que vendia pra ele e pra metade do Brasil. Terceira de boa fé não existe?”, questionou.
A Gazeta informou que procurou a defesa da empresa na época, “que afirmou que não tinha informações a prestar, e que um grupo empresarial de São Paulo que administrava a empresa garantiu que todas as operações de compra de mercúrio seriam regulares”.