Da Redação
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A Corte irá apurar se há irregularidades no plano de passar à iniciativa privada a gestão de parte dos ativos sob administração do banco. O Banco Central faz, por exemplo, a gestão das reservas internacionais do Brasil, que é uma espécie de “poupança” do país.
A apuração atende a pedido do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que é um crítico de Campos Neto. Em junho deste ano, ele chegou a declarar que a “política monetária não se pode transformar em política libertinária”. O ministro Benjamin Zymler foi designado relator do caso.
Além da abertura de investigação, o subprocurador solicitou que o TCU determine, de forma cautelar, que Campos Neto fique impedido de prosseguir com qualquer tratativa para tirar do BC a gestão de ativos, como as reservas internacionais. Segundo Lucas Rocha Furtado, é “inadmissível” que uma ação como essa avance.
“Com reservas internacionais bem administradas, o risco de o país não conseguir honrar seus compromissos financeiros em moeda estrangeira é reduzido, o que afeta a imagem do país aos olhos dos investidores estrangeiros, bem como a possibilidade de o país financiar a dívida pública com emissão de títulos”, diz trecho da representação.
Campos Neto falou sobre a possibilidade de terceirizar a administração de recursos financeiros em entrevista à gestora BlackRock. Ele não especificou como o processo se daria nem quais ativos seriam repassados. Mas, ao dizer que considerava o plano, ele precipitou nova leva de críticas por parte de governistas.