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Chefão da máfia preso após três décadas foragido morre na Itália

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CNN

 

Matteo Messina Denaro, chefe da máfia italiana que passou três décadas foragido antes de ser preso em janeiro, morreu enquanto recebia tratamento médico, informou a emissora pública Rai nesta segunda-feira (25).

Acredita-se que Denaro tenha ordenado dezenas de assassinatos para o grupo criminoso Cosa Nostra. Ele morreu no hospital San Salvatore, em L’Aquila, onde tratava um câncer de cólon.

Antes da sua detenção numa clínica de saúde privada em Palermo, em janeiro, o antigo chefe da máfia siciliana estava foragido desde 1993 e era considerado pela Europol um dos homens mais procurados da Europa, conforme relatou o procurador Maurizio de Lucia à CNN.

Denaro foi condenado a várias penas de prisão perpétua à revelia pelos seus muitos crimes, principalmente em 1992, pelo seu envolvimento nos assassinatos dos promotores Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.

Ele recebeu sua mais recente sentença de prisão perpétua em 2020 por atentados em Milão, Florença e Roma no final da década de 1990, e pelo assassinato e tortura do filho de 11 anos de um inimigo que prestou depoimento contra a Cosa Nostra.

Antes de sua morte, os casos pelos assassinatos de Falcone e Borsellino, e pelo assassinato de Giuseppe Di Matteo, de 11 anos, estavam em processo de tramitação em tribunais superiores.

Procurado há quase 30 anos, ele foi o fugitivo da Cosa Nostra que permaneceu escondido por mais tempo.

A operação policial de janeiro na clínica de Maddalena, que culminou com sua captura, envolveu mais de 100 agentes dos Carabinieri antimáfia.

As forças de segurança aproximaram-se do círculo de Denaro, apreendendo cerca de três milhões de euros (cerca de R$ 15,7 milhões) em bens pertencentes a companheiros, familiares e associados que se imaginava estarem sustentando sua vida na clandestinidade, e fazendo detenções numa repressão entre 2009 e 2010.

Denaro – conhecido como Diabolik – é considerado um dos sucessores de Bernardo Provenzano, que foi preso enquanto se escondia numa fazenda nos arredores de Corleone, na Sicília, em abril de 2006.

O crime era um assunto de família para Denaro, filho de um conhecido chefe da máfia na Sicília. Entre os presos na repressão de 2009-2010 estava seu irmão, Salvatore Messina Denaro, que se recusou a testemunhar sobre seu paradeiro.

Em 2013, a sua irmã, Patrizia Messina Denaro, foi condenada a 14 anos de prisão, pena que ainda cumpre, por ser membro da Máfia.

Felia Allum, professora comparativa de crime organizado e corrupção na Universidade de Bath, no Reino Unido, disse em janeiro que Denaro era a última de uma velha geração de chefes da Máfia.

“Ele representa o elo final entre a Cosa Nostra beligerante e aberta do início dos anos 1990 e a máfia silenciosa e empresarial do século 21”, declarou ela na época.

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