(Luís Ernesto Lacombe, publicado no jornal Gazeta do Povo em 05 de outubro de 2023)
O Brasil está andando para trás, e a preocupação de Lula é não ser visto usando um andador. Foi chamado de “capacitista” pelos companheiros. O Lula? Não. Ele não tem nenhum preconceito, não discrimina ninguém… Ele só não gosta de honestidade, de moral, de ética, de justiça, de competência, de democracia, isso tudo não combina com ele.
Basta ver a enorme quantidade de mentiras que conta, o sentimento de ódio e de vingança que carrega. Basta ver o que defende, a resolução que sua ministra da Saúde (que não é médica) assinou… pela legalização do aborto e da maconha. Basta ver o que comemora… a libertação de 21 mil presos no Brasil em 2023. Basta ver com quem anda, ditadores pelo mundo afora.
O comprador de parlamentares está de volta, agora usando emendas do relator, que antes chamavam de “orçamento secreto”. Se ele tira quase 3 milhões de pessoas do Bolsa Família, talvez possa fazer mais viagens internacionais constrangedoras, que nada decente produzem para o país. Lula e Janja têm muitos boletos… Os pagadores de impostos que banquem tudo.
E viva o imposto sindical turbinado. Todo o poder aos sindicatos. Todo o apoio a greves, mesmo que políticas, mesmo que condenadas pela Justiça. Lula despreza as novas relações trabalhistas trazidas pela tecnologia. Companheiros, tirem os fraldões! A CLT é puro amor, é pura proteção. Mesmo quem não quer tem de amá-la de volta.
Lula vai criando, recriando e aumentando impostos. E a arrecadação cai. E Lula gasta de forma desenfreada. E o déficit das contas públicas aumenta. E a Amazônia queima. E Lula faz de tudo para reduzir a pó comissões parlamentares, a do 8 de Janeiro, a do MST… Esse negócio de procurar a verdade é sempre perigoso, quando se trata do petista.
Agora o acusam de interferir na eleição presidencial argentina. Seria reincidência. Lula já ajudou Hugo Chávez nas eleições presidenciais na Venezuela em 2012. Porque, como o próprio Lula disse na época, “uma derrota de Chávez seria igual à queda do Muro de Berlim, ou ainda pior”.
Lula se envolveu mesmo na campanha do ditador amigo… Esteve em Caracas, com José Dirceu. Escalou seu marqueteiro João Santana para ajudar Chávez e, depois, também Nicolás Maduro. Tudo isso foi revelado pela Operação Lava Jato. Santana e a mulher, Mônica Moura, recebiam malas de dólares pelo trabalho. Parte desse dinheiro foi bancada por empreiteiras brasileiras com contratos na Venezuela, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.
Se a interferência de Lula numa eleição em outro país, para erguer seu “império socialista latino”, não seria inédita, uma atuação independente da ministra Simone Tebet seria… Ela já disse que não se importa de ser uma “segunda voz”, de não indicar o presidente do IBGE, que está sob seu guarda-chuva. Lula decide; ela acata. A ministra sabe muito bem que “Lula é o técnico e o Pelé do time”.
De repente, não mais do que de repente, a “Estepe” resolveu tomar uma decisão autônoma e liberou US$ 1 bilhão para a falida Argentina, numa clara ajuda ao candidato peronista. Não consultou o Lula, não consultou o Haddad, não foi nem procurada por eles. Foi assim, de mulher para mulher: a secretária de Assuntos Internacionais da ministra indicou o que deveria ser feito; Tebet fez.
A democracia relativizada do Lula não tem limites, não tem fronteiras. Para ele, só há democracia quando os “companheiros” levam uma eleição. Se eles perdem, não há dúvida de que foi golpe, que teve manobra reacionária. É muito arriscado deixar a decisão nas mãos dos eleitores, em campanhas e pleitos honestos, justos, equilibrados. É assim que pensa o Lula. E dizem que ele está certo… O andador é que está errado.