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Com o pai presidente de novo, Lulinha prepara retorno aos negócios

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Da Redação

 

Após o arquivamento dos inquéritos na Operação Lava Jato e com nove meses completos do terceiro mandato do pai como presidente da República, Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, começou a preparar terreno para sua volta ao mundo dos negócios. Para isso, tirou da gaveta uma das empresas que usou para prestar serviços à Oi e para receber pagamentos do Instituto Lula. A informação foi divulgada pelo site Metrópoles, nesta segunda-feira (16).

O sócio de Lulinha na empresa é Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT) – falecido em maio de 2022 – e ex-proprietário do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que era frequentado pelo petista.

Segundo a reportagem, o novo endereço da sede da empresa de Lulinha, a G4 Entretenimento Digital, fica em uma sala que está há anos bloqueada na Justiça por ter pertencido a um chefão do tráfico internacional de drogas.

Fontes próximas do filho do presidente Lula (PT) dizem que o novo modelo de negócio não está fechado, mas que Lulinha teria interesse na área de games, que integrava a programação da PlayTV. O canal pertencia ao Grupo Bandeirantes e mantinha um contrato com a Gamecorp, da qual Lulinha era sócio, para exibição de videoclipes e programas sobre jogos eletrônicos.

A participação de Lulinha na Gamecorp foi vendida ao filho do locutor esportivo Walter Abrahão, que depois a repassou a um advogado que já era seu parceiro no negócio. Até hoje, o filho de Lula tem recebido créditos dessa venda.

A G4 é uma das quatro empresas de Lulinha. Era sócia da Br4 Paticipações, que, por sua vez, estava nos quadros de controladoras da Gamecorp. Essas empresas foram todas devassadas pela Operação Lava Jato, que investigou repasses da Oi para a Gamecorp. O caso acabou transferido para São Paulo, e o Ministério Público Federal (MPF) pediu seu arquivamento.

Os inquéritos não resultaram no indiciamento ou em denúncia contra Lulinha. Entre 2004 e 2014, na condição de sócio, o filho do presidente recebeu R$ 3,4 milhões em lucros provenientes da G4. Somente em 2011, o Instituto Lula pagou R$ 1,3 milhão à empresa.

Com a passagem da Lava Jato, Lulinha deixou suas empresas fora de operação. Entretanto, o filho do presidente reativou apenas uma delas, de consultoria, sediada no apartamento em que mora, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. Sobre a G4, que tinha apenas um endereço até meados deste ano, Lulinha registrou um novo local, uma sala de 34 metros quadrados.

A sala, no entanto, tem um imbróglio e está bloqueada pela Justiça. No registro público de imóveis, o local pertence à empresa Marysol, ligada a Gustavo Bautista, um conhecido chefão do tráfico internacional de drogas que está preso no Uruguai e foi investigado por atuar também no Brasil.

Bautista foi preso em 2001, no Brasil, quando uma inspeção do Ministério Público do Trabalho apurou a suposta exploração de trabalho escravo em uma de suas fazendas na Bahia.

Na diligência, que era acompanhada pela Polícia Federal (PF), acabaram sendo encontradas caixas de frutas com fundo falso recheadas de cocaína. Uma juíza mandou soltar Bautista e acabou aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça por ter amizade e familiares fazendo negócios com ele.

Anos depois, Bautista foi preso novamente, no Uruguai, sob acusação de ser um megatraficante de cocaína, proprietário de fazendas e aviões. Ele era ligado ao traficante Juan Carlos Abadia, que chegou a ser o segundo mais procurado na lista da Interpool, atrás apenas de Osama Bin Laden.

Segundo o Metrópoles, fontes próximas ao filho do presidente dizem que Lulinha estaria prestes a pagar a primeira mensalidade do aluguel, mas que, depois de ser contatado pela reportagem do veículo a respeito da história do imóvel, isso o teria “assustado”. O veículo disse ainda que ele pode, agora, procurar outro lugar para ser endereço de sua empresa.

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