Da Redação
O 2º sargento da Polícia Militar, Willian Ferreira, foi morto com pelo menos seis tiros pelo colega de farda, 3º sargento Gabriel Castella, na noite deste sábado (21) em São José do Rio Claro (295 km de Cuiabá). O crime ocorreu dentro da 18º Companhia Independente da Polícia Militar do Município.
Segundo informações da imprensa local, o desentendimento entre os militares aconteceu após Willian chegar mais de uma hora atrasado durante a troca de turno.
Testemunhas informaram que os dois teriam discutido. Gabriel, então, sacou sua arma e disparou contra Willian. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Pronto Socorro da cidade.
A Politec fez a perícia no local da morte e encaminhou o corpo de Willian para o Instituto Médico Legal (IML) de Diamantino.
O autor dos disparos se entregou na própria Companhia da PM.
O Comando Geral da PMMT, por meio de nota à imprensa, lamentou o corrido dentro da unidade e ressaltou a existência de “rusgas” entre os dois policiais envolvidos na situação neste fim de semana.
Confira a nota da PMMT na íntegra:
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
Alexandre Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT