Da Redação
Nesta quinta-feira (16), um grupo de 46 deputados enviou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um pedido de impeachment contra o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, após a confirmação de que a pasta chefiada por ele “custeou pagamentos de passagens e diárias para Luciane Barbosa Farias, conhecida como a dama do tráfico”.
O requerimento foi protocolado pelo deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) e tem outros 45 signatários, entre eles, os deputados de Mato Grosso Abilio Brunini (PL), Amalia Barros (PL), Coronel Assis (União), Coronel Fernanda (PL) e José Medeiros (PL).
“Conforme amplamente noticiado pela imprensa nacional e confessado pelo próprio Ministério dos Direitos Humanos, este órgão custeou as despesas com passagem e diárias da Sra. Luciane Barbosa Farias, conhecida como a dama do tráfico amazonense, alcunha a si atribuída em razão do seu matrimônio com o Sr. Clemilson dos Santos Farias, criminoso que atende pelo apelido de Tio Patinhas. As despesas assim ordenadas o foram sob a responsabilidade do Denunciado, a quem incumbe a chefia daquele ministério”, aponta o parlamentar na ação.
Em outro trecho do documento, os deputados falam que há uma “cumplicidade no mínimo escandalosa das altas esferas da Administração federal com o crime organizado”. Eles pedem ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para dar início a um processo de impeachment que investigue Silvio Almeida por crime de responsabilidade.
A pasta de Silvio Almeida confirmou que pagou passagens e diárias para Luciane e para todos os demais integrantes do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura. Segundo o Ministério, os Comitês têm autonomia para gerir os seus recursos e indicar os participantes do evento, sem que isso dependa de autorização do ministro.
Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no estado. Desde que ele foi preso, para cumprir uma condenação de 31 anos, a esposa teria assumido o lugar dele na chefia dos negócios. A própria Luciane também foi condenada pela Justiça e está recorrendo em liberdade. Além do Ministério da Justiça, ela esteve no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).