EFE
O governo de Israel aceitou, nesta terça-feira (21), um acordo com o grupo terrorista Hamas para a libertação de 50 reféns na Faixa de Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinos e de uma trégua de quatro dias.
Todos os membros do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu votaram a favor da troca e da trégua, com exceção dos três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit) e do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
Enquanto são aguardados os termos do acordo, informações vazadas na imprensa israelense apontam que o pacto inclui a libertação de um mínimo de 50 reféns; a maioria crianças e suas mães, com a possibilidade de que o número seja estendido para 80. Assim como o cessar-fogo, por um mínimo de quatro dias, pode ser estendido.
Para a liberação, o Hamas levará os reféns para o Egito pela passagem de Rafah em grupos diários de cerca de dez pessoas e, de lá, eles serão entregues a Israel. Por sua vez, Israel deve libertar cerca de 150 prisioneiros palestinos, também em sua maioria mulheres e menores de idade que não foram condenados por crimes de sangue.
Em um breve comunicado divulgado após a reunião desta terça, o governo israelense enfatizou que “tem a obrigação de trazer todos os reféns para casa”.
“Hoje [terça] à noite, o governo aprovou o esboço da primeira etapa para atingir esse objetivo, segundo o qual pelo menos 50 reféns – mulheres e crianças – serão libertados em quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates”, diz a nota, explicando que para cada dez reféns adicionais libertados, haverá uma pausa adicional de um dia.
Segundo a imprensa local, as Forças de Defesa de Israel se comprometeram a não sobrevoar a Faixa de Gaza durante seis horas por dia, enquanto a trégua estiver em vigor, para permitir que o Hamas localize os reféns mantidos por outros grupos armados, como a Jihad Islâmica.
De acordo com algumas estimativas, o Hamas mantém entre 210 e 240 reféns, enquanto a Jihad Islâmica Palestina teria em cativeiro cerca de 30. O acordo também incluiria, de acordo com a imprensa israelense, a entrada na Faixa, incluindo a parte norte, de 100 a 300 caminhões com alimentos e ajuda médica, além de combustível.
Além disso, de acordo com a rede de televisão pública israelense, a cessação temporária das hostilidades começaria nesta quinta (23) para permitir um período de 24 horas para que quaisquer recursos contra a decisão do governo sejam apresentados à Suprema Corte.
Nenhum soldado ou homem será libertado, e os corpos dos reféns mortos não serão recuperados. No entanto, a imprensa de Israel informou que homens idosos e reféns de nacionalidade estrangeira poderiam ser trocados. Outro ponto destacado pela imprensa israelense é que o Hamas terá que anunciar os nomes das pessoas a serem libertadas com um dia de antecedência.
Netanyahu garantiu, antes da reunião do governo que aprovou o acordo, que o pacto inclui que a Cruz Vermelha visitará os reféns e lhes oferecerá ajuda médica.
Israel declarou guerra ao Hamas depois que o grupo lançou um ataque contra o país em 7 de outubro, no qual mais de 1,2 mil pessoas foram mortas e 240 foram sequestradas e levadas para Gaza.