Milei toma posse, afirma que Argentina está sem dinheiro e promete mudança monetária em até dois anos
Jovem Pan
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou durante seu discurso de posse neste domingo (10), que “nenhum governo recebeu herança pior do que essa que estamos recebendo agora”. Em meio a um público caloroso, Milei ressaltou que o sistema de restrição à compra de dólares é outra herança do governo que se encerra, e não apenas constitui um pesadelo social, mas implica em altas taxas de juros. “Implica no nível de empregos informais e salários miseráveis”, criticou.
O arnacocapitalista inaugura uma nova era na política Argentina com a derrota do peronismo após sua eleição. Em seu discurso, ele não poupou palavras ao falar sobre como uma Argentina que já foi próspera hoje se encontra com “ideias empobrecedoras do coletivismo”. Para a área da economia, a mais sensível atualmente, ele afirmou que não há dinheiro disponível para grandes mudanças iniciais, mas que “a única forma de sairmos da pobreza é com mais liberdade”.
“Infelizmente, preciso dizer novamente: não há dinheiro. […] A única forma de sairmos da pobreza é com mais liberdade. Hoje, muitas crianças vão dormir com fome. Só 16% das nossas crianças se formam na escola. Em matéria de saúde, o sistema se encontra completamente colapsado. Os hospitais estão destruídos, os médicos ganham uma miséria e os argentinos não tem acesso à saúde básica.[…] Os desafios que temos são enormes. […] Cem anos de fracasso não são desfeitos em um único dia, mas um dia começa. E hoje, esse dia chegou”, declarou, sob aplausos.
O presidente aproveitou a ocasião para prometer aos presentes que, em um prazo de 18 a 24 meses, “nossa política monetária terá uma mudança”. O ultraliberal encerrou seu discurso com a frase ‘viva la libertad, carajo‘, mantra que marcou sua campanha e que foi utilizado, inclusive, para assinar os livros de honraria do Congresso. A cerimônia de posse de Milei começou formalmente às 11h (mesmo horário em Brasília). Após a formalidade, ele se reuniu com o presidente em fim de mandato, Alberto Fernandez, que lhe entregou a faixa e o bastão presidenciais.