Psiu! Você mesmo, que está passando aqui em frente ao nosso hospital. Entra aqui, que eu tenho um leito de UTI para o tratamento da covid-19 para você. Era desse jeito que alguns agentes do alto escalão da saúde do estado de Mato Grosso, em complô com um cartel de criminosos que mantinham contratos milionários com a secretaria estadual de saúde de Mato Grosso, desviaram verbas da saúde pública em plena pandemia no período de 2020 até 2022. Os atos criminosos vieram à tona nesta semana em uma reportagem de um jornal e site em Cuiabá, com base nas investigações policiais e do MPE, na operação policial denominada “Espelho”, detalhando o modus operandi da quadrilha, que ceifou vidas e lesou os cofres públicos do governo em milhões de reais.
Na condição de relator na CPI dos Indenizatórios, vamos empenhar esforços para esclarecermos fatos novos desse episódio macabro com envolvimento já confirmado de médicos e membros da SES ligados diretamente ao chefe do governo de Mato Grosso. Aliás, a cada dia, cai uma máscara da cara do atual governo, de forma prevista por muitos que habitam o Palácio Paiaguás e que não estão de acordo com a ganância e mesquinharia do executivo estadual. Recentemente, o governo tentou explicar o inexplicável com o episódio do ouro em áreas de proteção ambiental.
Criaram uma Intervenção sobre a saúde de Cuiabá para esclarecer os problemas que ocorreram no âmbito do município sem a participação do executivo municipal. Mas, logo que assumiram os recursos do município, trabalharam sobre planos criminosos com objetivo de desviar a máxima quantia de verbas da saúde.
Sobre a máfia das uti’s na pandemia, as investigações avaliam os mesmos procedimentos dos agentes públicos e os representantes de remédios e equipamentos hospitalares, empregados no período da intervenção sobre a saúde municipal de Cuiabá. Eles querem muito dinheiro, lucro, riqueza sem se importar com a morte das pessoas e a dor dos familiares, que acreditam na medicina para ajudar na cura das doenças.
Segundo a reportagem foram 128 óbitos por dia em Mato Grosso no auge da pandemia e os agentes de saúde dando risadas num grupo de WhatsApp comemorando entre eles, quem tinham encaminhado o maior número de pacientes e muitos que nem precisavam do leito de UTI nas unidades de saúde. E a responsabilidade desses médicos? Que sabiam da gravidade do paciente ou em alguns casos que não eram necessárias internações. Pegar pessoas aleatoriamente sem prognóstico de doenças e medicá-las, não dá para aceitar isso.
Ficam essas dúvidas e revolta com o descaso com o ser humano no pior momento de sua vida, que é tratar qualquer tipo de doença. Conforme a reportagem, as fraudes têm a participação efetiva da secretária-adjunta de Gestão Hospitalar, da SES, Caroline Campos Dobes Conturbia Neves -considerada o braço-direito do secretário Gilberto Figueiredo.
Isso tudo para faturar grandes quantias por meio de contratos superfaturados na SES. “Peguei paciente na rua andando, disse o Renes Leão Silva médico denunciado na investigação. Em resposta, Bruno Castro de Melo, que é sócio da empresa LB Serviços Médicos LTDA, ao lado de Luiz Gustavo Ivoglo (apontado como um dos líderes do esquema), ambos riram da situação”, é o que revela um trecho das falas no WhatsApp dos acusados.
Leia outros trechos de conversas publicadas. “Em um áudio enviado por Renes, o médico defende que é preciso dar fim ao lockdown, pois os casos estavam baixando e se o isolamento não acabar vai ser muito difícil manter a UTI cheia”, comentou. Milhares de pessoas morreram por causa desses monstros que atuam na gestão da saúde de Mato Grosso, juntamente com os tais empresários do setor hospitalar que sempre querem lucros exorbitantes na assinatura dos contratos com o governo, superfaturando o que podem por interesses escusos. Quando a corrupção está ativa, vidas não importam.
Luis Claudio é vereador em Cuiabá.