Mato Grosso, um dos estados mais emblemáticos do Brasil, é reconhecido mundialmente por sua vasta extensão territorial, sua agricultura pujante e suas riquezas naturais. Porém, há um recurso muitas vezes negligenciado que merece destaque: a teca. Esta árvore de madeira nobre, originária do Sudeste Asiático, tem encontrado solo fértil em terras mato-grossenses desde que foi introduzida no país nos anos 1970, oferecendo oportunidades significativas de desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
A teca é uma árvore de crescimento rápido e alta rentabilidade, o que a torna uma escolha atraente para os agricultores e empresários locais. Além disso, sua madeira é altamente valorizada no mercado internacional devido à sua durabilidade, resistência e beleza estética.
Conforme a Embrapa Florestas, a maior parte dos plantios no Brasil se encontra nos estados de Mato Grosso e do Pará. O uso de clones de alto desempenho e o aprimoramento de técnicas de plantio e de manejo têm permitido ao Brasil atingir produtividades acima da média mundial.
Uma das principais vantagens da produção de teca em Mato Grosso é a sua capacidade de sequestro de carbono. Como uma árvore de crescimento rápido, a teca absorve grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera durante seu ciclo de vida, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, quando a madeira é colhida de forma sustentável e utilizada em produtos de longa duração, como móveis de alta qualidade, ela continua a armazenar carbono, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Além do valor econômico e ambiental, a teca também oferece oportunidades no campo da biomassa. O uso da madeira de teca como fonte de energia renovável tem ganhado destaque, especialmente em tempos em que a transição para fontes de energia limpa é uma prioridade global. A queima de biomassa de teca para gerar eletricidade ou calor pode reduzir significativamente a dependência de combustíveis fósseis e contribuir para a diversificação da matriz energética.
No entanto, é importante abordar os desafios associados à produção de teca em Mato Grosso. O manejo florestal inadequado pode levar à degradação do solo, à perda de biodiversidade e a outros impactos ambientais negativos. Portanto, é fundamental que os produtores adotem práticas sustentáveis, como o plantio em sistemas agroflorestais, a proteção de áreas de conservação e a utilização de técnicas de manejo que promovam a saúde do ecossistema.
A produção de teca em Mato Grosso é uma atividade que alia o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental, pois aproveita o potencial da espécie para a exportação e o uso como biomassa, e ao mesmo tempo contribui para o sequestro de carbono e a conservação dos recursos naturais. A teca é uma espécie que pode trazer benefícios para os produtores rurais, para a sociedade e para o planeta.
Ricardo Padilla de Borbon Neves é empresário.