Da Redação
A Câmara dos Deputados homenageou nesta quarta-feira (28), em sessão solene realizada no Plenário Ulysses Guimarães, os 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A sessão foi solicitada pelos deputados Luiza Erundina (Psol-SP), Valmir Assunção (PT-BA), Marcon (PT-RS) e João Daniel (PT-SE).
A sessão contou com participação de lideranças do MST e com discursos parlamentares. Durante o evento, no entanto, deputados da oposição pediram espaço na tribuna para criticar o movimento.
A Frente Parlamentar Mista Invasão Zero propôs uma moção de repúdio em razão da sessão solene. No documento redigido pela oposição, parlamentares declararam que o MST, “que afirma lutar pela reforma agrária e pela justiça social, na verdade, tem demonstrado um desrespeito flagrante pela lei, pela propriedade privada, pelo estado de direito, e até mesmo pela vida humana”.
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) disse que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, realizada na Câmara no ano passado, encontrou “miséria generalizada” nos assentamentos visitados em diversos estados. O parlamentar foi relator da comissão.
Ele afirmou que os 40 anos do grupo “são de insucesso de uma política que fracassou” e que os achados encontrados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, relatada por ele, “não trazem motivo para a comemoração”.
“Entendo que não há nada a ser comemorado. Esses 40 anos são de insucesso de uma política que fracassou e volta a ser feita de maneira que vai fracassar”, disse Salles.
O deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), presidente da frente parlamentar declarou: “a Câmara dos Deputados não pode se prestar a esse tipo de iniciativa. Depois das denúncias que apuramos na CPI do MST, homenagear esse grupo criminoso é algo que merece nosso repúdio e indignação”.
A frente parlamentar foi criada em razão do término da CPI do MST, cujo relatório não foi aprovado devido a manobras políticas do governo.