Da Redação
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá cumpriu nesta segunda-feira (11) a prisão temporária de Aníbal Manoel Laurindo, de 73 anos, investigado como mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro passado na capital.
A prisão foi cumprida na sede da DHPP, onde o investigado se apresentou. Durante a audiência de custódia, o juiz João Bosco Soares, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), revogou a prisão e determinou a implantação de medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica.
A esposa de Aníbal, Elenice Ballarotti Laurindo, também investigada pelo homicídio, continua foragida.
O delegado Nilson Farias, da DHPP, informou que Elenice realizou transferências que beneficiavam o coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, com datas compatíveis à época em que os executores de Zampieri vieram para Cuiabá. O militar foi preso acusado de financiar o crime. Os valores não foram informados.
“Nós tivemos acessos alguns dados de celulares, dados técnicos, esses dados tiveram um cruzamento e realmente comprovaram de forma técnica o possível envolvimento deste mandante. Hoje ele é figura do nosso inquérito policial, como principal suspeito de ser o mandante, porém nós ainda vamos fazer o interrogatório dele e vamos concluir as análises técnicas”, disse o delegado à imprensa.
Segundo o delegado, Aníbal perdeu uma terra durante uma ação de reintegração de posse em que o Zampieri atuava e temia que a terra do irmão tivesse o mesmo caminho.
“Surge uma discussão neste momento, sendo que o Aníbal estava buscando a posse dessa terra há muitos anos. E, depois de perder essa terra para o cliente do Zampieri, ele ficou preocupado sobre a possibilidade do irmão, que também lutava por outra terra, perdesse também. Foi aí que ele entendeu que a execução do advogado era a única forma de solucionar o problema. Mas ainda estamos verificando todos os detalhes para embasar as investigações.”
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava dentro de uma picape Fiat Toro, quando foi atingida pelo executor, que fez diversos disparos de arma de fogo.
Três pessoas permanecem presas e foram indiciadas pela Polícia Civil pelo homicídio do advogado: o executor, o intermediário e o financiador do crime.
As prisões, parte delas efetuadas na região de Belo Horizonte (MG) foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá, com base nas investigações conduzidas pela equipe da DHPP de Cuiabá e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.