Da Redação
A Polícia Federal deflagrou neste domingo (24) a Operação Murder Inc., no interesse da investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em diversos endereços no Rio de Janeiro e realizaram a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, do União Brasil, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa.
A polícia chegou a esses três suspeitos após a delação premiada de Ronnie Lessa, que apontou quem eram os mandantes.
De acordo com a investigação, a motivação do crime foi um embate entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão, que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto e considerada o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.
A lei foi aprovada, mas vetada pelo então prefeito Marcelo Crivella. O veto foi derrubado pelos parlamentares, o que motivou o Ministério Público do Rio de Janeiro a entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal. O STF declarou a lei inconstitucional. A relatoria do processo, na época, era do ministro Alexandre de Moraes.
A operação também investiga crimes de organização criminosa e de obstrução de Justiça. Os presos foram levados para a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Eles devem ser transferidos para o Distrito Federal ainda neste domingo.