Da Redação
O empresário Elon Musk publicou nesta segunda-feira (8), uma resposta a um áudio atribuído a ele por um perfil verificado do X, que se identifica como DogeDesigner. No áudio, ele diz que a plataforma da qual é proprietário tinha que fingir que a suspensão de contas da rede social determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não era por ordem do magistrado, mas por violação das regras da plataforma.
“Havia a necessidade de suspender as contas imediatamente, em geral recebíamos [um prazo de] duas horas para suspender uma conta, ou enfrentaríamos multas enormes. E a gota d’água foi que recebemos exigências para suspender membros do Parlamento e jornalistas importantes. E, além disso, não podíamos dizer a eles que isso era a mando de Alexandre de Moraes, tínhamos que fingir que era devido às nossas regras”, detalhou Musk.
Na publicação em que compartilhou o áudio, o empresário ainda convidou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para um debate público. “Este é o cerne do problema. O que você diz, Alexandre. Vamos debater isso abertamente?”, indagou o bilionário.
This is the heart of the problem. What say you @Alexandre?
Let us debate this in the open. https://t.co/E2HsU6Winr
— Elon Musk (@elonmusk) April 8, 2024
A tensão entre Moraes e Musk começou no sábado (6) quando o dono da rede social X perguntou por que o ministro “exige tanta censura no Brasil”. O empresário respondeu uma publicação de Moraes no X de 11 de janeiro.
Musk subiu o tom e disse que pensa em fechar o Twitter no Brasil e que divulgará as exigências de Moraes que violam leis. Ele também chamou o ministro de “tirano”, “totalitário” e “draconiano”, dizendo que ele deveria “renunciar ou sofrer um impeachment”.
O comentário do empresário veio na sequência de acusações feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na quarta-feira (3). Segundo Shellenberger, o ministro tem “liderado um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil”.
Moraes reagiu incluindo Musk no inquérito das milícias digitais por “dolosa instrumentalização” da rede social. Também ordenou a abertura de um inquérito a parte sobre o empresário por suposta obstrução de Justiça “inclusive em organização criminosa e incitação ao crime”.