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Agências amigas do PT vencem megalicitação de Lula

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O Antagonista

 

O Brasil ficou sabendo nesta quarta-feira, 24, que as agências Moringa, BRMais, Área Comunicação e Usina Digital venceram a megalicitação de comunicação promovida pelo governo Lula na expectativa de melhorar a popularidade do presidente. O Antagonista já sabia do resultado desde o dia anterior.

Saber do resultado com antecedência não deveria ser possível, já que os autores das propostas vencedoras só poderiam ser conhecidos na sessão pública desta quarta, pois o julgamento acontece sobre propostas não identificadas.

Os 197 milhões de reais alocados pelo Palácio do Planalto para “combater fake news” (dos outros) serão partilhados por quatro agências amigas do governo Lula (à direita na foto), o que desperta suspeitas sobre o processo. Elas disputavam a concorrência com outras 20 empresas, algumas delas com muito mais tradição no setor público do que as vencedora.

O resultado anunciado nesta quarta foi publicado horas antes, na terça, em postagem cifrada no perfil do X de um dos autores desta reportagem: “PP = AD+M+BRplus+US”.

Amigas

A Área Comunicação (AD) é conhecida por sua associação com Otávio Antunes, marqueteiro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A Usina Digital (US) é vinculada a Sidônio Palmeira, marqueteiro de Lula na última campanha, que se uniu ao governo recentemente para tratar da popularidade do petista.

A Br+ (BRplus), que compõe o consórcio vencedor BR e Tal com a Digi&Tal, tem conexões com os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PR), que também é presidente nacional do PT.

Por último, a agência Moringa L2W3 (M) teria a preferência de Paulo Pimenta (o PP na postagem cifrada), ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

Processo

A concorrência foi resolvida em processo rápido, de menos de dois meses, e levou em questão o critério mais vago de “melhor técnica”, e não o mais objetivo de “melhor preço” para atuação no Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal (Sicom).

O edital previa:

  • Prospecção, planejamento, desenvolvimento, implementação de soluções de comunicação digital do SICOM;
  • a moderação de conteúdo e de perfis em redes sociais, análise de sentimentos e o desenvolvimento de proposta de estratégia de comunicação nos canais digitais do SICOM com base na inteligência dos dados colhidos;
  • a criação e execução técnica de projetos, ações ou produtos de comunicação digital do SICOM;
  • e o desenvolvimento e implementação de formas inovadoras de comunicação, destinadas a expandir os efeitos da ação de comunicação digital do SICOM, em consonância com novas tecnologias.

Se o objetivo do contrato é de fato combater fake news, essa história começa muito mal.

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