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Fávaro transfere evento do G20 de Cuiabá para resort ligado a ‘padrinho político’

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Da Redação

 

A organização do G20 no Brasil decidiu transferir a reunião de ministros da Agricultura, que inicialmente seria em Cuiabá, para o resort de luxo Malai Manso, na Chapada dos Guimarães. O resort tem entre seus sócios André Souza Maggi, filho de Blairo Maggi, padrinho político do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Reportagem da Folha de S.Paulo revelou que coube a Fávaro, como ministro da área, escolher a cidade que receberá os encontros do G20 do grupo de trabalho da Agricultura. Serão convidados para a agenda os ministros da Agricultura (ou equivalentes) de todos os países do G20, além da União Europeia e União Africana. O encontro de ministros da Agricultura está previsto para os dias 12 e 13 de setembro.

Segundo a Folha, uma primeira opção pensada pelo Ministério da Agricultura foi realizar os encontros da área em Brasília. Fávaro, no entanto, quis realizar a reunião em Mato Grosso sob o argumento de o estado ser o polo central da produção do agronegócio no país.

O plano era organizar o evento em Cuiabá, mas houve o diagnóstico de que a capital de Mato Grosso não oferecia as condições logísticas necessárias para receber um evento dessa magnitude.

Procurado pelo jornal, o Ministério da Agricultura afirmou que a mudança para o resort Malai Manso se deu após a constatação de que Cuiabá não teria como receber o evento.

“Após busca minuciosa realizada em toda a cidade, não foi identificado local com estrutura suficiente que atendesse a todas as condições essenciais para um evento deste porte”, informou a pasta, ressaltando que a decisão ocorreu após avaliação conjunta com outros ministérios.

A Folha apontou que mesmo o resort da família Maggi é visto como um desafio, uma vez que o aeroporto mais próximo fica em Cuiabá, a cerca de 90 km.

O Ministério da Agricultura, porém, afirmou que “foram levados em consideração alguns requisitos fundamentais para eventos deste porte, sendo um dos principais a segurança, imprescindível em uma ocasião em que estarão reunidos participantes de alto nível de governos diversos”.

A pasta disse ainda que pesou para a decisão a estrutura do centro de eventos, considerando a quantidade de agendas que vão acontecer à margem das reuniões previstas no calendário do G20, como encontros bilaterais entre os ministros.

“Por fim, o local escolhido facilita a logística, pois é capaz de acomodar todas as delegações, eliminando a necessidade de transporte dos participantes entre hospedagem e evento. O governo federal se encarregará do transporte e escolta das comitivas entre o aeroporto e o local do evento”, completou o ministério.

De acordo com a Folha, ministros do governo Lula estão aproveitando a presidência brasileira no G20 para levar os eventos do bloco para as suas bases eleitorais. Dez membros do primeiro escalão, entre eles Fávaro, vão recepcionar delegações de outros países em seus estados, para reuniões técnicas e ministeriais.

Além de Fávaro, estão na lista os ministros Celso Sabino (Turismo), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Camilo Santana (Educação), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Nísia Trindade (Saúde), Margareth Menezes (Cultura), Juscelino Filho (Comunicações), Fernando Haddad (Fazenda) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social).

O Brasil assumiu em dezembro do ano passado a presidência rotativa do G20. O principal evento do fórum será a cúpula de chefes de Estado, em novembro, no Rio de Janeiro. Antes disso, há mais de cem reuniões técnicas e de alto nível realizadas em 15 cidades do país.

 

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