Da Redação
Durante debate nesta quarta-feira (19), na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a defender a importação de arroz após chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, afirmando que a medida é para combater ataques especulativos.
“Vai, vai ter leilão. É um compromisso do governo do presidente Lula que a Conab cumpra o seu papel de ter estoques mínimos para poder atuar, combater a especulação, combater interferes climáticos. Já se mostrou eficiente nesse um ano e meio de governo, com relação ao milho”, afirmou Fávaro. “Não se trata de afrontar os produtores. O preço do arroz subiu 30%, 40% diante da tragédia. É preciso ter um estoque necessário para situações de dificuldade, para vender em momentos de especulação”.
Na semana passada, o governo federal cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, justificando que as quatro empresas vencedoras não comprovaram capacidade técnica. O ex-assessor e o filho do ex-secretário Neri Geller são sócios de empresas que representaram três das quatro que arremataram o leilão. Após a polêmica, Geller acabou exonerado da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou o envio de representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do Ministério da Justiça, pedindo a investigação de suspeitas de cartel naquele leilão cancelado.
“Apesar do ato falho de ter o filho ligado com a empresa que operou esse leilão, não teve nada de errado que possa sofrer condenação. Mas precisa ser investigado. Por isso, o presidente Lula determinou que a CGU faça a investigação, que e a Polícia Federal faça a investigação. É fundamental para transparência, isso dá credibilidade às ações do governo”, disse o ministro.
Nesta quarta-feira, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que os novos dados de oferta e demanda de arroz no Brasil, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os estoques em dezembro de 2024 serão melhores do que o previsto nas estimativas de abril – período anterior às enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com o Cepea, os dados sugerem que as incertezas quanto ao abastecimento foram superadas. As novas projeções apontam para uma disponibilidade interna maior do que a de 2023, resultando em excedentes significativos. Com uma possível redução nas exportações, os estoques de dezembro de 2024 devem ser superiores aos do mesmo período do ano anterior.