Quem é o pária, afinal?
(Luís Ernesto Lacombe, publicado no jornal Gazeta do Povo em 11 de agosto de 2024)
O Brasil do PT é um pária internacional. Está à margem do mundo real, do que é certo, das soluções verdadeiras. Escolheu, como sempre, o descaminho. Resolveu, mais uma vez, ficar ao lado dos tiranos, de todos os que se opõem à liberdade. Quer enxergar os vilões como heróis, os pecadores como santos. O Brasil do PT é baixo, é impuro.
Era impossível acreditar que seria diferente. Estamos no 16.º ano do PT na Presidência, e o partido não reconheceu nenhum dos seus desmandos, dos seus “erros”, aparentemente propositais. Tudo o que faz é recusar a autocrítica, os fatos, o “tempo que já vivemos”. Insiste em nunca considerar a correta orientação, o abandono de atitudes que só afastam o Brasil do lado certo.
Lula é um grande admirador da China, não economiza elogios. É encantado com o país, que “tem um partido político forte e um governo forte, que controla tudo e tem poder de comando…” O pária ama o partido único, a supressão completa das liberdades, a opressão do povo como forma de “salvá-lo”. O pária acha linda toda ditadura alinhada com sua ideologia destruidora.
Cuba ainda é o “paraíso na Terra”. Como a Venezuela, é apenas uma vítima de sanções impostas pelos Estados Unidos… Nesses dois países, ao pária tudo parece maravilhoso, parece normal, não há nada de grave ou assustador, nem perseguição política, prisão, sequestro, tortura, assassinato. O pária não gosta de direitos humanos, transparência, debate, crítica, protesto, vaia… O Brasil do PT é tosco e primitivo.
O pária ama a censura, vive apontando golpes inexistentes e fecha os olhos para os golpes reais. Jura que está do lado certo e chama seus opositores de nazistas e fascistas. Faz questão de se meter onde não deve e, quando deveria agir, silencia, se omite. O pária é o horror, é sempre cúmplice de horrores, é sempre cúmplice de outros párias.
Lula não esconde sua predileção por gente como Vladimir Putin e Daniel Ortega. Mesmo que a Nicarágua agora encene uma ruptura diplomática com o Brasil do PT, a ditadura sandinista mora no coração de quem voltou ao poder no nosso país. Lula deveria ter pressionado Ortega há muito tempo, mas, como pária, nunca foi capaz de condená-lo. O Brasil do PT virou o pária do pária.
O Brasil do PT defende o globalismo, uma espécie de governo mundial entregue a organismos ideológicos e partidários. Odeia a globalização, a redução ou eliminação de barreiras comerciais. Não à toa, Lula fez “passeios no bosque” com o maior protecionista da Europa, Emmanuel Macron. Os párias costumam se amar, ou fingir que se amam.
Todo pária aparelha o Estado, se acha acima das leis, não se opõe à insegurança jurídica, é conivente com o autoritarismo, com abusos, o ilícito, com a corrupção. O pária distribui dinheiro dos pagadores de impostos aos companheiros párias, diz que o capitalismo, o livre mercado, o liberalismo, o conservadorismo, que isso tudo é o grande mal do mundo. O pária odeia os empreendedores honestos, os investidores internacionais.
Pária que é pária fala em “Sul Global”, em “justiça social”, finge que defende os pobres, os “oprimidos”, os emergentes… E corre para os braços de terroristas… do Irã, do Hamas, do Hezbollah, da Jihad Islâmica, dos houthis. Talvez até tenha sua foto ao lado dessa gente na mesa de cabeceira… No “eixo do mal” é assim, só tem pária, e nenhum deles é bondoso, fraterno e humanista.