Outra farra petista que somos obrigados a pagar
(Ricardo Kertzman, publicado no portal O Antagonista em 29 de dezembro de 2024)
Chega a parecer de propósito, um verdadeiro escárnio, no sentido literal do substantivo, o que Lula 3 – a sedizente “alma mais honesta desse país” – e sua trupe de perdulários irresponsáveis fazem com a nossa grana, sempre que estão no poder.
Estou exagerando? Bem, a história e os números dizem que não. A quebra dos principais fundos de pensão das estatais, que chegaram a um déficit de quase 80 bilhões de reais em 2016 – cerca de 120 bilhões de reais em valores corrigidos pelo IPCA – é um exemplo.
Os déficits fiscais sucessivos e recorrentes dos governos Lula e, principalmente, Dilma Rousseff, também provam e comprovam minha afirmação. Muito mais que corruptas, tais administrações foram – e continuam sendo – esbanjadoras (com o dinheiro alheio, é claro).
Recordes de gastança
Sob Lula, o rombo das estatais é o maior em 15 anos, e chega a quase 8 bilhões de reais. Mas isso não as impede, sob gestão e ordem do chefão petista, de entupirem as contas correntes dos “amigos” com centenas de milhões de reais em publicidade e patrocínios.
Apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) torrou nada mais nada menos, somente este ano, conforme apurou e publicou O Antagonista, cerca de 52 milhões de reais. Como, quando, por quê? Bem, perguntem ao gênio Aloizio Mercadante.
Aliás, Mercadante ocupa a Presidência do banco também graças ao amigo e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que, quando togado no Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu parte das lei das Estatais. É o tal “aqui se faz, aqui se paga”.
Esbanjadora
Recentemente, como também mostrou O Antagonista, durante encontro do G-20 no Rio de Janeiro, a primeira-dama Janja da Silva, além de mandar Elon Musk se foder, promoveu o próprio Janjapalooza, com dezenas de milhões de reais das companhias estatais.
Não à toa apelidada de “Esbanja”, por seus gastos milionários – às custas dos pobres que o marido jura amar e defender -, que vão de viagens de luxo e mimos nos palácios presidenciais a sua própria equipe, a todo-poderosa “manda ver” também em outras searas.
Ex-funcionária da hidrelétrica Itaipu, a “mão aberta” atua diretamente nas decisões sobre eventos patrocinados pela empresa, que mesmo com rombo de mais de 300 milhões de reais previstos para este ano, destinou mais de 40 milhões de reais em “apoios amigos”.
Filme antigo
A última notícia a respeito da farra petista nas estatais – lembrando sempre que, com dinheiro alheio – é nos Correios, esse eterno ralo de dinheiro público, ou seja, nosso, a serviço dos desmandos do insaciável lulopetismo, pela milionésima vez em nossa triste história.
A estatal, sob Lula 3, voltou a ser deficitária e está à beira da bancarrota. Mesmo assim, ao contrário do observado no governo anterior, resolveu gastar “sem medo de ser feliz”, bem ao estilo da propaganda petista, e destinou mais de 34 milhões de reais em patrocínios.
Durante os anos Jair Bolsonaro, a média anual foi de 430 mil reais. Sim, isso mesmo, 80 vezes menos. E os correios – bem como outras estatais – davam lucro. Coisa de capitalista selvagem, que não gosta de pobre andando de avião, se é que me entendem a ironia.
Aos amigos, tudo
Este ano, os Correios devem apresentar um prejuízo recorde – mais de dois bilhões de reais! – superando o rombo de 2015, sob a estoquista de vento de Lula, Dilma Rousseff. É mais um exemplo do insuportável modus operandi lulopetista de administração pública.
E ainda temos de ouvir o presidente da República, de forma cínica e populista, pregar maior taxação de empresas e de super ricos para, segundo ele, transferir renda aos mais pobres e diminuir a desigualdade social – real e inaceitável, sim – no país. Mas a verdade é outra.
O que Lula e o PT fazem, historicamente, é distribuir renda entre si e seus apaniguados. Só este ano, as desonerações fiscais custarão mais de 500 bilhões de reais, e 1/3 foi assinada pelo próprio Lula. Gente como os irmãos Batista agradece penhoradamente, enquanto nós, os otários, pagamos a conta.